Para famílias das vítimas do AF447, pilotos não foram os únicos culpados
As famílias das vítimas do acidente com o avião da Air France, que caiu na rota Rio-Paris em 2009, recusam as conclusões do novo relatório sobre as causas da catástrofe que resultou na morte e 228 pessoas. As associações das vítimas brasileiras não acreditam na hipótese da falha dos pilotos.
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As famílias das vítimas brasileiras reagiram ao terceiro relatório do Escritório de Investigações e Análises (BEA) sobre as causas do acidente com o voo AF 447, divulgado nesta sexta-feira. As associações que representam os familiares rejeitaram os resultados da perícia, que aponta uma falha dos pilotos nos últimos minutos do voo que caiu entre o Rio de Janeiro de Paris em 2009.
Em entrevista a Radio França Internacional, Nelson Faria Marinho, presidente da Associação das vítimas brasileiras discorda das conclusões do relatório. “Há uma contradição da parte do BEA, que admite que o sensor de velocidade Pitot apresentou um defeito. O que quer dizer que houve problemas técnicos, do avião, e não do piloto, que não podia fazer mais nada quando a sonda, descontrolada, atingiu o computador de bordo e derrubou o avião”, explica Marinho, que perdeu um filho no acidente. Para ele, “acusar uma pessoa que não pode se defender é muito fácil”. A associação pretende enviar um comunicado às autoridades francesas repudiando as conclusões do BEA.
Já para Deborah Barochel Pereira Leite, que vive na Alemanha e que perdeu um de seus familiares no acidente, o relatório não apresenta nenhum elemento novo. A brasileira também recusa a hipótese do BEA que, segundo ela, “está colocando a culpa nos pilotos para mascarar os culpados”. As famílias das vítimas francesas e alemãs também se disseram pouco convencidas pela possibilidade da tripulação ser responsável pelo acidente.
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