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Chirac/livro

Em livro de memórias, ex-presidente francês critica Sarkozy

Na segunda parte de seu livro de memórias, "Le Temps Présidentiel", que deve ser lançado nesta sexta-feira, o ex-presidente francês Jacques Chirac explica porque foi contra a nomeação do atual chefe de estado, Nicolas Sarkozy, ao cargo de primeiro-ministro em 2002.

Tomo 2 do Livro de Memorias do ex-presidente francês Jacques Chirac.
Tomo 2 do Livro de Memorias do ex-presidente francês Jacques Chirac. Nils Editions
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A menos de um ano das eleições presidenciais na França, o ex-presidente francês Jacques Chirac, que também é alvo de um processo por corrupção, não poupa críticas a Nicolas Sarkozy, no segundo tomo de seu livro de memórias. Trechos inéditos do livro foram publicados nesta quarta-feira em diversas revistas francesas. "Não temos a mesma visão da França", declara Chirac, que deu apoio a Sarkozy no início de sua vida política.

No livro, o ex-presidente também relata a maneira como ele acompanhou, no palácio Eliseu, a eleição de Nicolas Sarkozy em 2007. "Cada um de nós ouve com atenção cada frase, cada palavra pronunciada, esperando secretamente o momento onde citará o nome daquele que ele se prepara para suceder, ou agradecerá aquele que o deu apoio. Mas esse momento nunca vai chegar. Prefiro não reagir, mas no fundo guardo ressentimento”, escreve Chirac.

Chirac também declara ter dificuldade em lidar com as reações ‘intempestivas’ de Sarkozy, em referência a algumas declarações contundentes do presidente. Na época em que era ministro do Interior, Sarkozy declarou, por exemplo, que iria fazer limpar os subúrbios franceses da 'gentalha.' Para ele, os políticos precisam ter cuidado em suas declarações  “para não estigmatizar e exacerbar os antagonismos."

Chirac descreve Sarkozy como “nervoso, impetuoso, ambicioso” e também conta que não nomeou Sarkozy para o cargo de primeiro-ministro em 2002 porque não o considerava suficientemente ‘confiável’, sem contar as inúmeras diferenças que o separavam. "Ele é a favor da entrada da França na OTAN, eu não sou. Ele é muito mais liberal do que eu no plano econômico. Ele é favorável à discriminação positiva, eu sou radicalmente contra. Isso não poderia dar certo", avalia.
 

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