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França/Aviação

Os caças Rafale completam 25 anos

O caça que o presidente Nicolas Sarkozy espera vender para o Brasil a fim de renovar a Força Aérea Brasileira é originário de um projeto criado no fim dos anos 70; um projeto europeu que depois se tornou exclusivamente francês, tomando a forma, em 1985, do ACX, batizado de Rafale, o "irmão mais velho" dos atuais aviões de combate.  

Dassault aviation
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A primeira apresentação oficial do protótipo do Rafale aconteceu em 14 de dezembro de 1985, na usina de Saint-Cloud, na periferia de Paris. O caça foi apresentado por Marcel Dassault, o fundador da empresa que até hoje leva seu nome. Seis meses depois, em 4 de julho de 1986, foi realizado o primeiro voo diante de uma multidão de oficiais e jornalistas.

O avião apresentado naquela época não se parece muito com o atual Rafale; era uma espécie de "laboratório voador", uma demonstração para os especialistas.

Os primeiros protótipos, que representam realmente os caças atuais, começaram a decolar no início dos anos 90. Os primeiros aviões operacionais aterrissaram no porta-aviões Charles de Gaulle, na década de 2000, e nos esquadrões das forças aéreas na base de Saint Dizier, em 2006. Nesse espaço de tempo, foram desenvolvidas tecnologias e foram integrados os sistemas para a concepção final de um avião multifuncional, um avião único para todas as missões das forças aéreas e navais da França.
O Rafale pode atacar em terra, em combate aéreo e participar de missões de reconhecimento. Ele substitui os Mirage 2000C, de defesa, e os Mirage 2000D, de ataque terrestre.

França, o único cliente

Neste mês de dezembro, o 100° caça será entregue por seu construtor, Dassault. Os grupos Thales, Safran e MBDA formam o conjunto da indústria europeia de defesa responsável pelo sucesso do programa, além de cerca de 1.500 pequenas e médias empresas francesas.

Apesar de bons contatos comerciais com a Líbia, Emirados Árabes Unidos e principalmente com o Brasil, o caça nunca foi vendido para o exterior, mesmo encabeçando a lista dos aviões que melhor correspondem às exigências militares. O presidente da Dassault Aviation, Charles Edelstenne, tem a explicação: "Fazer apenas um avião excelente não basta, é preciso que a venda seja acompanhada por uma verdadeira vontade política".

Hesitação brasileira

Em 2009, em Brasília, os presidentes Nicolas Sarkozy e Luiz Inácio Lula da Silva anunciavam abertamente um acordo de princípio para a compra de 36 caças franceses para renovar a frota da FAB. Sarkozy prometia ajudar o Brasil a se tornar uma das primeiras indústrias aeronáuticas do mundo, enquanto Lula da Silva deixava clara sua intenção de comprar os aviões. Na época, os concorrentes Saab, com o modelo Grippen, da Suécia, e o norte-americano Boeing, com o F-18, protestaram com a divulgação do resultado antes do final do prazo da licitação. Mas, finalmente, tudo não passou de uma precipitação dos presidentes e Lula da Silva, que havia prometido tomar a decisão antes do final do seu mandato, acabou "passando a bola" para a sua sucessora, a presidente eleita Dilma Rousseff.

Nicolas Sarkozy vem declarando à imprensa que ainda tem esperança de vender os Rafale, que custariam aos cofres brasileiros US$6,2 bilhões, um valor bem mais alto do que o dos concorrentes. Os F-18 valem US$5,7 bilhões e os Grippen, US$4,5 bilhões.

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