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França/Segurança

Parlamento europeu critica França por expulsão de ciganos

Depois da Comissão Europeia, das Nações Unidas e do Vaticano, agora foi a vez do Parlamento europeu criticar a política de expulsão de ciganos do presidente francês Nicolas Sarkozy. Em sessão realizada nesta terça-feira, grupos políticos de esquerda e liberais subiram o tom para denunciar o endurecimento da política de segurança do governo francês.

Expulsão de famílias romenas em Aix-en-Provence, no sul da França.
Expulsão de famílias romenas em Aix-en-Provence, no sul da França. Reuters
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Diversos eurodeputados, principalmente socialistas, comunistas e membros do partido Verde, apresentaram projetos de resolução condenando as expulsões de ciganos, que consideram "inaceitáveis" e "contrárias ao direito de livre circulação dos cidadãos europeus".

O líder da bancada liberal e ex-primeiro-ministro da Bélgica, Guy Verhofstadt, apontou o que chamou de "tentação populista e, por vezes, racista" da França e de outros países europeus. Para o ex-premiê, as expulsões são incompatíveis com os princípios da União Europeia. "Os ciganos são cidadãos europeus. Não podemos aceitar que seus direitos sejam violados", disse.

O líder da bancada socialista, o alemão Martin Schulz, denunciou uma "caça às bruxas" e apontou, diretamente, a responsabilidade do presidente francês, Nicolas Sarkozy, do primeiro-ministro, François Fillon, e do ministro do Interior, Brice Hortefeux.

Já o líder dos Verdes, Daniel Cohn-Bendit, lançou um desafio ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. "Diga, publicamente, que o que faz a França contra os ciganos contradiz os tratados europeus", afirmou.

A expulsão dos ciganos tem recebido uma avalanche de críticas, dentro e fora do país. No final de agosto, a vice-presidente da Comissão Europeia, Viviane Redding, encarregada da Justiça e dos Direitos Fundamentais, declarou que estava observando com "grande preocupação" o endurecimento da política francesa contra os ciganos instalados ilegalmente no país.  O papa Bento 16 também expressou sua desaprovação, pedindo que a França "saiba acolher as legítimas diversidades humanas".

Desde julho, o governo francês expulsou cerca de 1 mil ciganos do país, todos de origem búlgara e romena, e desmantelou mais de 100 acampamentos irregulares. O objetivo do governo francês é desmantelar, em três meses, cerca de 300 acampamentos ilegais identificados no país.

A Bulgária e a Romênia entraram para a União Europeia em 2007. Eles não gozam ainda do direito de livre circulação, mas podem permanecer, sem visto, em território francês durante 3 meses. Organizações denunciam que muitos dos ciganos expulsos estavam a menos de 3 meses na França. O governo se defende, afirmando que, nesses casos, todos os que deixaram o país foram voluntários.
 

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