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França: Manifestação de apoio a director de escola alvo de ameaças

Algumas dezenas de pessoas reuniram-se, esta sexta-feira de manhã, em frente a uma escola secundária em Paris para manifestar o seu apoio ao director do estabelecimento que renunciou ao cargo depois de ter sido alvo de ameaças de morte. As ameaças aconteceram depois de um desentendimento com uma aluna para que ela tirasse o véu islâmico.

Escola Secundária Maurice Ravel, Paris. 29 de Março de 2024.
Escola Secundária Maurice Ravel, Paris. 29 de Março de 2024. AFP - BERTRAND GUAY
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O director da escola secundária Maurice Ravel foi ameaçado de morte nas redes sociais, depois de um desentendimento com uma estudante, a 28 de Fevereiro. Em causa o seu pedido para que ela tirasse o véu islâmico no liceu, em nome da lei da laicidade em vigor desde 2004 e que proíbe os alunos de usarem acessórios ou roupa que demonstrem filiação religiosa. 

Durante várias semanas, o director da escola recebeu ameaças de morte nas redes sociais. Num email destinado aos professores e publicado no jornal l’Humanité, o director disse ter renunciado ao cargo “por questões de segurança” para ele e para o liceu. A reitoria falou em “ida para a reforma antecipada” devido “aos acontecimentos que marcaram as últimas semanas.

Há três semanas, mais de 150 directores de escolas parisienses manifestaram a sua solidariedade com o director, denunciando ameaças que também recebem. O primeiro-ministro prometeu muito recentemente a criação de “unidades de apoio pedagógico” aos professores que as desejem.

Esta sexta-feira de manhã, cerca de 50 pessoas reuniram-se em frente à escola para mostrar o seu apoio ao responsável do estabelecimento.

Martin Raffet, presidente da FCPE, uma das associações de pais de alunos, lamentou que não se consiga “proteger os directores de escolas deste tipo de ataques” e denunciou que se trata de um “falhanço no diálogo em torno da laicidade”. Citado pela AFP, o responsável acrescentou que “a lei deve ser discutida, alguns alunos não a compreendem, é preciso ter tempo para a explicar e mostrar que não se está a estigmatizar as religiões”.

O sindicato de professores Sgen-CFDT fala em “falhanço colectivo”.

Entretanto, a Grande Mesquita de Paris manifestou, esta quinta-feira, a sua “profunda preocupação” e pediu aos muçulmanos para apoiarem os professores. De notar, ainda, que várias escolas em França foram visadas, nos últimos dias, por ameaças de atentados transmitidas através da rede digital escolar.

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