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Emmanuel Macron

Visita de Emmanuel Macron a Israel divide opiniões em França

O Presidente francês visita Israel esta terça-feira, 24 de Outubro, pouco mais de duas semanas depois do início dos ataques do grupo Hamas contra Israel. Emmanuel Macron deverá reunir-se com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, com famílias de reféns e com representantes da autoridade palestiniana.

Emmanuel Macron visita Israel esta terça-feira, 24 de Outubro.
Emmanuel Macron visita Israel esta terça-feira, 24 de Outubro. © AFP - BENOIT TESSIER / POOL
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Esta terça-feira, Emmanuel Macron é esperado em Telavive para se encontrar com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. A visita do Chefe de Estado francês foi confirmada este domingo pelo Eliseu, depois de adiada vários dias.

O Presidente francês justifica a visita pelo número de vítimas francesas, actualmente 30, o maior número de vítimas francesas desde o atentado de Nice, em 14 de Julho de 2016. Até agora sete franceses continuam desaparecidos: um deles refém do grupo Hamas. Quanto às outras seis pessoas "não existem certezas", indicou Emmanuel Macron.

A Câmara Baixa do Parlamento, a Assembleia nacional debateu esta tarde, sem votação, o conflito que opõe Israel ao Hamas. A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, reiterou a defesa de uma solução de dois Estados para Israel e a Palestina, condenado a violência que assola o Médio Oriente.

"Mesmo se duas colunas puderam passar pela porta de Rafah, entre o Egipto e a Faixa de Gaza, ainda falta fazer tudo para que uma ajuda possa ser fornecida à altura das necessidades das populações civis. A abertura no ponto de passagem de Rafah está ainda muito limitada. Apelamos a que a porta de Rafah seja aberta por forma a permitir novas entradas", defendeu Elisabeth Borne.

A primeira-ministra francesa lembrou que "a distribuição da ajuda exige tréguas humanitárias que poderão desembocar num cessar-fogo. Pedimos estas tréguas quanto antes. É um ponto importante pelo que denuncio as contra verdades difundidas, nomeadamente, pela propaganda russa: no Conselho de segurança, a França apoiou o projecto de resolução do Brasil neste sentido".

A ministra dos negócios estrangeiros francesa desloca-se esta noite para Nova Iorque, acrescentou a chefe do governo francesa, "para conseguir avanços no Conselho de Segurança. Apelamos a por termo quanto antes a este período de violência".

Esta segunda-feira, o porta-voz do governo, Oliver Véran, lembrou que o presidente “pode vir a conduzir conversações importantes, tanto para a região, para os cidadãos franceses, para as famílias das vítimas e também para o povo palestiniano”. O Eliseu reforça a ideia de que se Emmanuel Macron for a Israel, também se encontrará com representantes da autoridade palestina.

Nesta vista Emmanuel Macron procura, ainda, negociar uma trégua humanitária, avançou o Eliseu. Esta segunda-feira, uma terceira coluna de camiões com ajuda humanitária entrou pelo posto fronteiriço de Rafah, vindo do Egipto. 

Apesar da Faixa de Gaza estar a viver um bloqueio israelita desde  9 de Outubro, o Presidente norte-americano, Joe Biden, conseguiu, durante a sua visita, negociar a abertura de um único ponto de passagem não controlado por Israel para fazer chegar água, alimentos e medicamentos a 2,4 milhões de palestinianos.

O anúncio do Eliseu aconteceu depois do regresso de Israel da Presidente da Assembleia Nacional, Yaël Braun-Pivet, que se deslocou este fim-de-semana a Telavive com os deputados do partido Os Republicanos Éric Ciotti e Meyer Habib. Uma visita criticada pelo líder da França Insubmissa.

Na quinta-feira passada, depois de um intercâmbio improvisado com jovens em Paris, o Presidente francês partilhou a sua preocupação perante o risco de haver uma “divisão” em França, caso “não faça uma boa gestão” da situação. O chefe de Estado e o governo são criticados, especialmente pela oposição de esquerda, por terem uma posição pró-Israel. Este domingo, o chefe do Partido Socialista, Olivier Faure, acusou Emmanuel Macron e o seu governo de não terem mantido uma “linha de neutralidade” pertante o cerco a Gaza.

Durante esta viagem, Emmanuel Macron vai lembrar a posição oficial da França, afirmada no domingo pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna: "condenar o Hamas e a sua acção terrorista, evitar a conflagração na região" e para isso recordar que "é preciso um horizonte político em torno da solução de dois Estados, lembrar que o direito humanitário internacional deve ser respeitado e, claro, obter acesso humanitário de emergência para as populações civis em Gaza".

Até ao momento vários chefes de Estado visitaram o local: o Presidente norte-americano Joe Biden, o chanceler alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak e a chefe do governo italiano Giorgia Meloni.

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