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França

França: Polícia que baleou Nahel vai continuar detido

Em França, vai permanecer detido o agente da polícia que na semana passada baleou um jovem de 17 anos numa operação de controlo rodoviário. A decisão foi tomada esta quinta-feira pelo Tribunal de Recurso de Versalhes. Ao mesmo tempo, Emmanuel Macron prometeu “continuar a trabalhar” para responder às dificuldades dos bairros das periferias. 

Em Versalhes, o tribunal de Recurso decidiu a manutenção da prisão provisória do polícia autor do tiro contra Nahel.
Em Versalhes, o tribunal de Recurso decidiu a manutenção da prisão provisória do polícia autor do tiro contra Nahel. © JACQUES DEMARTHON / AFP
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O polícia que a 27 de Junho matou a tiro um jovem numa operação STOP em Nanterre, arredores de Paris, acabou ver esta manhã confirmada a sua detenção pelo Tribunal de recurso de Versalhes. 

A decisão acontece num dia marcado por um regresso à “normalidade” depois de vários dias de manifestações violentas.

Entretanto, numa deslocação a Pau, o presidente francês Emmanuel Macron sublinhou “continuar a trabalhar” de forma a responder às necessidades das populações residentes nos bairros periféricos. Macron acrescentou que a “primeira resposta passa pela ordem, acalmia e a concórdia”.

“Regressamos a uma situação quase normal” ressalvou a primeira-ministra Élisabeth Borne, também ela em deslocação a Lisieux, no distrito de Calvados, no noroeste da França, um local afectado pela violência da última semana. Que disse ainda ser necessário “compreender e diagnosticar” os acontecimentos recentes, criticando as análises “simplistas” da extrema-direita que atribuem a violência à falta de integração dos imigrantes.

Em Versalhes, o tribunal de Recurso decidiu a manutenção da prisão provisória do polícia autor do tiro contra Nahel, um jovem de 17 anos, cuja morte chocou uma parte da população. 

O agente da polícia de 38 anos, de nome próprio Florian, foi acusado de homicídio voluntário e detido a 29 de Junho. 

A morte de Nahel e a violência que se seguiu acabou por evidenciar um mal-estar da sociedade francesa, as dificuldades existentes nos bairros populares das periferias e as relações tensas entre os jovens e as forças de ordem.

 A própria classe política encontra-se fortemente dividida, com a extrema-direita a apontar o dedo aos imigrantes, “pobreza” e falta de capacidade “na educação correcta das crianças". e a esquerda, nomeadamente a França insubmissa em conjunto com mais de 90 organizações a apelaram a uma marcha no próximo sábado exigindo uma reforma da polícia e um tratamento social para as periferias. 

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