Acesso ao principal conteúdo
Greve

Governo reforça segurança em dia de nova greve geral em França

Pela 10ª vez desde o início do ano, os sindicatos franceses organizam uma nova greve geral e uma nova jornada de mobilização, com o Ministério do Interior a reforçar a segurança nos principais cortejos, com pelo menos 13 mil polícias para garantir que não haverá violência nas ruas contra a reforma do sistema de pensões.

Novo protesto hoje pode levar milhares à Prala da República, em Paris.
Novo protesto hoje pode levar milhares à Prala da República, em Paris. AP - Thomas Padilla
Publicidade

Mesmo com a reforma do sistema de pensões já aprovada, os trabalhadores franceses não desistem de fazer recuar o Governo e o Presidente Emmanuel Macron para tentar evitar o aumento da idade da reforma para os 64 anos e convocaram para hoje uma 10ª jornada de mobilização. Entre os sectores mais afectados estão os transportes, nomeadamente os comboios, mas também as escolas e as refinarias de petróleo.

Na Praça Republique em Paris, os manifestantes não paravam de chegar mesmo depois da hora de partida do cortejo, que vai atravessar a cidade até Nation. Sindicatos, coletes amarelos, e jovens compunham grande parte dos manifestantes.

Estes protestos atraem cada vez mais jovens, mesmo que a idade da reforma ainda esteja longe, especialmente depois da utilização do artigo 49.3 pelo Presidente Emmanuel Macron. Lucie, estudante de 19 anos na Universidades de Versalhes, junto a Paris, acha que ter forçado a aprovação desta reforma do sistema de pensões foi uma decisão anti-democrática por parte do Governo, tal como milhares de outras pessoas presentes nesta praça emblemática.

"Eu vim pelo 49.3, porque é a nti-democrático e porque acho esta reforma injusta", declarou Lucie em declarações à RFI.

Face ao apoio contínuo da população, os sindicatos esperam agora ter argumentos para falar com Emmanuel Macron, que até agora se recusou a receber os líderes sindicais de forma a negociar a saída do impasse social em França. No entanto, o diálogo entre Governo e sindicatos não parece possível, com o porta-voz do Governo, Olivier Véran, a ter dito hoje que o Executivo e o Presidente não aceitavam uma mediação para apaziguar os animos.

Após vários episódios de violência por parte de alguns manifestantes e de violência policial para reprimir as manifestações, o ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, anunciou que haveria 13 mil polícias nas ruas e cerca de 5.500 destes efectivos vão securizar o cortejo em Paris que começa às 14:00 locais. Este é um dispositivo reforçado inédito em França, contestado pelos manifestantes pacíficos.

Para entrar na manifestação havia duas barreiras de polícias que procediam a revistas sucessivas dos manifestantes. Nas cidades onde os cortejos começaram mais cedo, como em Rennes, houve já confrontos entre manifestantes e polícias. A onda de violência policial assusta Lucie e a colega Clemence, mas não mete medo a Noa.

"É preciso portar-se bem, nós somos pessoas pacíficas, ouvir o que nos dizem e que tudo vai correr bem", declarou Noa.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.