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Energia

França "não vai querer estar isolada" na oposição ao gasoluto com Espanha

O primeiro-ministro português, António Costa, disse que Portugal, a Espanha e a Alemanha "têm trabalhado" em conjunto para que a França reconsidere a sua oposição à construção do gasoduto que ligaria a Península Ibérica à Europa Central através dos Pirenéus, indicando ainda que a França não quer ficar isolada nessa posição face oas parceiros europeus.

O primeiro-ministro português António Costa disse em Berlim que a França não quer ficar isolada face a uma posição europeia.
O primeiro-ministro português António Costa disse em Berlim que a França não quer ficar isolada face a uma posição europeia. AFP - KENZO TRIBOUILLARD
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Numa reunião em Berlim na sexta-feira, o primeiro-ministro português, António Costa, garantiu que os parceiros europeus estão unidos face à oposição da França em dar luz verde ao gasoduto MidCat, que ligaria a Península Ibérica a terras gaulesas de forma a fazer chegar gás e hidrogénio verde aos países da Europa Central, e que a França arrisca ficar isolada nesta oposição.

"A Noruega é um parceiro viável, é, mas não tem capacidade sozinha para substituir aquilo que a Rússia produzia, portanto se nós queremos substiuir e responder às necessidades energéticas de um país como a Alemanha e se não o fizermos, isso é um problema económico para a Alemanha e um problema económico para a Alemanha, é um problema económico para todos nós. Temos de encontrar outras formas alternativas de fornecimento de energia, quer da Alemanha, quer de outros países do Leste. E essa é a contribuição que queremos dar, essas são as boas razões que a França seguramente compreende, porque à volta do Conselho não vai seguramente querer estar isolada nesta posição que é uma posição comum", declarou António Costa.

Na capital da Alemanha, António Costa reuniu-se com o chanceler Olaf Scholz e o homólogo espanhol, Pedro Sánchez, uma semana antes dos chefes de Estado e de governo da União Europeia terem encontro marcado em Bruxelas, a 20 e 21 de outubro, para a Cimeira do Conselho Europeu, onde deverão ser decididas medidas para a intervenção no mercado energético.

Os três países têm trabalhado em conjunto, segundo o líder português, para que a França se mostra de novo aberta à construção deste gasoduto.

"Temos trabalhado os três para que a França se possa mostrar de novo aberta a esta solução. Convém notar que a França não diria sim pela primeira vez. Já em 2015, a França acordou nas interligações. Já quando eu era primeiro-ministro em 2018 realizámos uma cimeira com o Presidente Macron e com o primeiro-ministro Sanchez, em Lisboa, onde foram reafirmadas essas interconexões, quer eléctricas, quer de gás", indicou o primeiro-ministro.

Para António Costa, todos os argumentos são favoráveis a este gasoduto.

"Hoje há dois argumentos novos: a infrastrutura que pode servir para o gás, pode também servir para o hidrogénio verde, e o segundo argumento é que, até agora, parte importante da Europa era abastecida pela Rússia, isso é uma realidade que mudou para sempre. Há hoje necessidades de abastecimento de grande parte da Europa, que era até agora abastecida pelo gás russo e que tem de encontrar outras formas alernativas de energia", declarou.

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