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Ténis

Roland-Garros: Henrique Rocha nos quartos na vertente dos pares

O torneio de ténis de Roland-Garros, o Grand Slam francês, está já na recta final. Os seniores já estão nas meias-finais enquanto os juniores estão nos quartos. Na vertente de pares nos juniores, o português Henrique Rocha é o único lusófono ainda em prova.

Henrique Rocha , atleta português.
Henrique Rocha , atleta português. © Pierre René-Worms
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Na vertente masculina, as meias-finais já são conhecidas: o espanhol Rafael Nadal vai medir forças com o alemão Alexander Zverev, enquanto o croata Marin Čilić vai defrontar o norueguês Casper Ruud. Na vertente feminina, as meias-finais decorrem nesta quinta-feira 2 de Junho: a número um mundial, a polaca Iga Świątek, defronta a russa Daria Kasatkina, enquanto a italiana Martina Trevisan e a norte-americana Coco Gauff também vão lutar por um lugar na final.

Roland-Garros também é a oportunidade de descobrir novos talentos no torneio dos juniores.

O português Henrique Rocha está nos quartos-de-final nos pares masculinos nos juniores onde faz dupla com o norte-americano Nicholas Godsick.

Na segunda ronda a dupla luso-americana derrotou a dupla composta pelo brasileiro João Fonseca e o boliviano Juan Carlos Prado Angelo em dois sets com os parciais de 6-1 e 6-0 em 42 minutos.

Em entrevista à RFI, Henrique Rocha admitiu que a dupla que faz com Nicholas Godsick funciona muito bem.

 

Recorde-se que nos singulares o brasileiro João Fonseca foi eliminado na terceira ronda pelo francês Gabriel Debru em dois sets com os parciais de 5-7 e 3-6, enquanto o português Henrique Rocha foi eliminado na primeira ronda pelo croata Dino Prizmic também em dois sets com os parciais de 1-6 e 0-6.

Henrique Rocha, tenista português.
Henrique Rocha, tenista português. © Pierre René-Worms

Henrique Rocha: «Roland-Garros é um torneio espectacular»

Em entrevista à RFI, Henrique Rocha tinha abordado a presença no torneio e a importância dos pares.

RFI: Como foi a participação nos singulares?

Henrique Rocha: Quando cheguei aqui, eu nem sabia se ia jogar o qualifying visto que estava nos ‘alternates’. Tive a sorte de ser o último a entrar no qualifying. Consegui jogar um bom qualifying. E não me correu nada bem na primeira ronda nos singulares. Joguei bastante mal, as condições eram bastante diferentes daquelas onde jogamos o qualifying. Parabéns ao meu adversário porque fez um jogo incrível. Eu já o conhecia, e acho que jogou acima do nível que ele costuma jogar, apesar de ser ele o favorito no nosso encontro. Não fico contente porque queria muito mais e queria chegar às últimas rondas. E se calhar ganhar o torneio, era para isso que eu estava aqui.

RFI: O resultado foi pesado…

Henrique Rocha: Foi um resultado bastante pesado. No início até entrei a vencer por 1-0 e depois levei 12 jogos seguidos. O campo era muito diferente do outro onde jogamos o qualifying. O campo era muito curto atrás e dos lados. Cheguei aqui, em Roland-Garros, e o campo era muito mais comprido em todos os sentidos. Isso faz diferença quando se joga porque estava com falta de noções relativamente à distância do campo. Estava a falhar muito, às vezes por muito pouco e em momentos importantes.Tinha a ver com isso, mas pronto ele foi muito superior. Durante o jogo tentei sempre manter-me dentro do jogo, variando algumas coisas, tentando ser mais agressivo, depois tentar ser novamente passivo, para tentar ver onde ele podia vacilar. Ele manteve-se muito sólido do início ao fim. Não consegui fazer nada para contrariá-lo.

RFI: Tentou alguma coisa em específico para o contrariar?

Henrique Rocha: O meu jogo, é o meu estilo de jogo, portanto não posso mudar muito aquilo que é o meu jogo. Mas dentro do meu jogo consegui fazer algumas modificações que poderiam afectar o estilo de jogo dele. Tentei fazer uns serviços-rede ou ainda um ou outro ‘amorti’, mas ele estava sempre a safar-se bem. Foi isso que fez a diferença, porque de facto ele estava a contrariar todos os meus estilos de jogo.

RFI: Como foi estar presente em Roland-Garros, no court 11?

Henrique Rocha: É completamente diferente dos torneios que eu estou acostumado a jogar. Às vezes joguei alguns ‘challengers’ em Lisboa que acabam por ser parecidos, mas em Roland-Garros acaba por ser tudo diferente. O campo é espectacular, apesar de não estar muito acostumado ao campo, não há maus ressaltos. Mas o campo é excelente. No entanto saiu daqui bastante descontente com a minha prestação nos singulares.

RFI: Há uma certa decepção relativamente aos singulares…

Henrique Rocha: Estou mesmo descontente com a minha primeira ronda. Também o sorteio não foi propriamente fácil. Na minha opinião ele é um dos melhores do mundo e um dos candidatos a vencer o torneio. Acredito que ele vai chegar longe na prova, mas eu também estava cá para isso. É para isso que tenho de lutar. Espero daqui uns anos estar aqui nos seniores.

RFI: Como foi em Montrouge, lugar do qualifying?

Henrique Rocha: Em Montrouge era complicado, tinhas mesmo de jogar em cima da linha. E aqui em Roland-Garros estava desorientado, as minhas pegadas não estavam acertadas. Há muita diferença entre qualifying e torneio principal. Em Montrouge parecia que estávamos dentro de uma jaula, o campo era de facto muito pequeno. Depois em Roland-Garros as dimensões eram muito maiores ao que estávamos habituados. Passamos das mais pequenas às maiores, é uma diferença abismal. Faz muita diferença.

RFI: Qual é o objectivo nos pares?

Henrique Rocha: É tão importante como os singulares. Eu estou focado nos singulares, mas os pares são uma competição muito importante. E espero ficar cá até ao final da semana. Tenho um bom parceiro, então estou bastante confiante que vamos fazer uma boa prova.

RFI: Como surgiu a paixão pelo ténis?

Henrique Rocha: Há mais de dez anos que surgiu esta paixão. Essa paixão começou graças ao meu irmão que começou um pouco antes de mim a praticar ténis. Eu apanhei essa paixão porque ia ver os treinos dele. Foi assim que comecei a gostar de ténis.

RFI: Quando começou a pensar numa carreira como tenista?

Henrique Rocha: Com 6, 7 anos, claro não tinha noção de quão duro isto era, mas a partir dos 12, 13 anos, quando a escola se mistura com o ténis, quando começas a conciliar é que começas a focar-te mais no ténis, foi o que aconteceu comigo. Comecei os treinos bi-diários, e a jogar mais a sério, e a fazer torneios por todo o mundo. Foi por essa altura que decidi que queria mesmo fazer ténis e ser tenista.

RFI: Tem um tenista preferido?

Henrique Rocha: O meu jogador preferido é o Federer, infelizmente agora não está aqui a jogar. Mas aqui também gosto de ver os treinos dos grandes jogadores, que sejam preferidos ou não, como Djokovic ou Nadal que vi treinar. É muito bom. Aprende-se muito com eles, a ver os jogos, os treinos, é excelente estar neste ambiente.

RFI: Há 7 anos, Nuno Borges perdeu na primeira ronda no torneio dos juniores e este ano participou no quadro principal nos seniores, é esse o percurso a seguir?

Henrique Rocha: Claro que sim. Eu conheço muito bem o Nuno. É um dos meus grandes amigos. Eu treino com ele agora na Federação. É uma muito boa referência para mim porque, para além de ser um grande amigo, é uma grande pessoa, é um grande atleta, um grande jogador. Ele é muito empenhado, é uma boa referência no dia-a-dia. Ele ensina-me muito, mesmo se ele não se apercebe disso. Ele é uma referência para mim.

05:44

Henrique Rocha, tenista português 30-05-2022

Roland-Garros.
Roland-Garros. © Pierre René-Worms

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