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França/Moda

Morreu estilista francês Pierre Cardin

O estilista francês Pierre Cardin morreu com 98 anos, anunciou a Academia de Belas Artes. Empresário multifacetado ele foi o primeiro a vender as suas colecções nos grandes armazéns no final dos anos 50 e também o primeiro a lançar uma gama de perfumes e acessórios.

Estilista francês, Pierre Cardin, na sua loja parisiense a 27 de Junho de 2019
Estilista francês, Pierre Cardin, na sua loja parisiense a 27 de Junho de 2019 BERTRAND GUAY AFP/Archivos
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Nasceu em Itália em Julho de 1922, foi um das figuras da moda futurista, com André Courrègues e Paco Rabanne, antes de mais no pronto a vestir, em seguida na alta costura.

Chega a Paris proveniente de Saint Etienne tendo trabalhado, nomeadamente, junto de Christian Dior ao voltar a desenhar o corpo da mulher na sua emblemática colecção "New Look".

Cria a sua própria marca com apenas 28 anos.

Em 1954 o seu vestido bolha "robe bulle" faz sensação e tudo acaba por se acelerar.

Cardin dizia que a sua finalidade era fazer com que a moda chegasse à rua, que o seu nome e criações chegassem à rua e não necessariamente às celebridades.

A forma era o que ele privilegiava, em seguida os volumes, a fluidez, só em último a cor.

Multi-milionário investiu em gamas de perfumes, mas também de roupa para homem, mulher e criança, o seu nome ficou associado a toda uma série de produtos, incluindo relógios ou lâmpadas que lhe garantiam chorudos direitos.

O seu império financeiro foi construído também através de uma forte presença na China, ele dizia ter ido 54 vezes ao gigante asiático ou ainda nos Estados Unidos.

Ele foi, assim, o primeiro estilista a fazer a manchete da revista Time Magazine.

Empresário Cardin comprou o emblemático restaurante Maxim's no centro de Paris que acaba por projectar também em Nova Iorque, Bona, Pequim e Rio de Janeiro.

Mecenas e homem ligado à cultura acaba por dar o seu nome a um recinto cultural parisiense nos anos 70 "Espace Pierre Cardin" ou ainda ao comprar o castelo do marquês de Sade no Lubéron, sudeste, onde anualmente é organizado o Festival de arte lírica em Julho.

Emmanuel Demarcy Mota, director do teatro parisiense Théâtre de la Ville, que ocupa provisoriamente o recinto Espace Pierre Cardin, lembra o legado e a obra de um homem que foi muito além do mundo da moda para ser um verdadeiro mecenas apaixonado pelas artes.

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Emmanuel Demarcy Mota, director do teatro parisiense Théâtre de la Ville

"É o filho de uma emigração italiana com muitas pessoas, como ele, tinham uma necessidade dearte, de cultura, de conhecimento e de encontros também cosmpolitas, internacionais.

O Pierre Cardin teve grandes ligações também com o mundo do teatro, dos actores e dos grandes encenadores. Ele teve uma grande amizade com a Marlène Dietrich quando ela estreou no espaço da Avenue des Champs Elysées, nos Campos Elíseos.

Ele trabalhou também com o Bob Wilson, ele convidou, aliás, o Robert Wilson, que é um dos maiores encenadores do século XX a virem trabalhar a Paris nos anos 70 e foi o que ajudou também o Bob Wilson a poder fazer o primeiro espectáculo que é o " Le regard du sourd " que foi um espectáculo muito importante, que marcou este século.

O Pierre Cardin faz parte dos seres humanos que tem essa capacidade de ligações, com o mundo das artes, da cultura, da moda. É um criador, mas não só, é um homem que fez pontes com outros mundos e meios, não só no mundo da moda."

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