França/Egipto: Abdel Fattah al-Sissi recebeu a Legião de Honra em Paris
Soube-se na quinta-feira 10 de Dezembro que o Presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi, acusado de repressão no seu país, recebeu a Legião de Honra das mãos do homólogo francês Emmanuel Macron durante a visita oficial na passada segunda-feira.
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As imagens da cerimónia de entrega da Legião de Honra foram divulgadas pela Presidência egípcia, enquanto a França manteve o silêncio mediático em torno desse pormenor da visita oficial de Abdel Fattah al-Sissi.
Perante as informações que circulavam, a Presidência francesa confirmou a notícia divulgada pela televisão gaulesa.
Esta cerimónia não constava na agenda oficial de Emmanuel Macron, nem o jantar que se seguiu em honra do Presidente Abdel Fattah al-Sissi.
Essa ‘recompensa’ já suscitou várias reacções indignadas nas redes sociais, dado que o Presidente egípcio é acusado de atropelos à liberdade de expressão, detenções arbitrárias e inclusivamente execuções pelos defensores dos Direitos Humanos.
Para se defender de qualquer acusação, fontes diplomáticas francesas admitiram que esse tipo de trocas de ‘recompensas’ é algo habitual nestas visitas oficiais e é normal dar a mais alta distinção de um país no intuito de reforçar a política externa da França.
A Presidência francesa lembrou que Emmanuel Macron condecorou também o monarca Henri do Luxemburgo, os reis de Espanha, Países Baixos e Marrocos, assim como os Presidentes da Polónia e da Rússia.
Por fim, o executivo francês afirmou que não houve nenhuma restrição quanto à divulgação de imagens por parte da delegação egípcia, que a agenda nem sempre detalha todos os eventos e que muitos deles foram à porta fechada sem a presença da imprensa francesa, nem internacional.
De recordar que em 2018, depois da França começar a participar nos bombardeamentos sobre a Síria, o Presidente Bachar al-Assad devolveu a Emmanuel Macron a Legião de honra que tinha recebido em 2001 das mãos do então Presidente francês Jacques Chirac. Com este gesto, o Presidente sírio antecipou uma decisão tomada pela França de lhe retirar esta condecoração.
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