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França

Estado de choque depois de evacuação violenta de migrantes no centro de Paris

Responsáveis da oposição da esquerda mas também líderes sindicais e associativos denunciaram o desmantelamento violento ontem à noite de um acampamento de migrantes, na sua maioria afegãos, no centro de Paris.

As forças da ordem evacuaram migrantes que se tinham instalado na Place de la République, no centro de Paris, na noite do 23 de Novembro de 2020.
As forças da ordem evacuaram migrantes que se tinham instalado na Place de la République, no centro de Paris, na noite do 23 de Novembro de 2020. AFP - MARTIN BUREAU
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Centenas de migrantes e membros de associações de apoio aos refugiados, que tinham instalado as suas tendas na simbólica Place de la République -Praça da República- em Paris, para reclamar protecção e abrigo, foram violentamente dispersos ontem à noite pelas forças da ordem, que não hesitaram em arrancar as tendas com migrantes ainda no interior ou até recorrer à utilização de gás lacrimogéneo e granadas atordoantes.

Esta evacuação vigorosa segue-se ao desmantelamento na semana passada de um campo gigante de migrantes na região parisiense, com cerca de 3 mil a obterem abrigo e outros quinhentos a mil exilados a ficarem ainda ao relento.

As imagens da dispersão de ontem à noite que deram a volta às redes sociais e outros meios de comunicação provocaram uma onda de choque no país. Com excepção da direita e da extrema-direita que expressaram o seu apoio à polícia, nos quadrantes políticos e associativos de esquerda prevaleceu a indignação.

Os Verdes, nomeadamente, falaram em "deriva liberticida e perigosa" e o sindicato CGT considerou que "isto coloca a questão do acolhimento dos migrantes". Também chocada, a presidente socialista da câmara de Paris, Anne Hidalgo escreveu ao Ministro francês do Interior para lhe "pedir explicações" sobre esta evacuação e, sensivelmente no mesmo sentido, o líder da esquerda radical da França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, considerou que "Gerald Darmanin é que é responsável de tudo isto."

Perante esta situação, o titular do pelouro do Interior anunciou hoje ter pedido um inquérito sobre o sucedido ao IGPN, a "polícia das polícias", com conclusões a serem apresentadas nas próximas 48 horas, o governo tendo igualmente pedido às entidades competentes um atendimento rápido das centenas de migrantes ainda sem tecto.

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