França quer prolongar estado de emergência sanitária até 24 de Julho
O governo francês adoptou este sábado um projeto de lei para prolongar o estado de emergência sanitária 24 de Julho, para fazer face à pandemia de Covid-19, que já provocou quase 25 mil mortos no país.
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O estado de emergência em França, em vigor desde 24 de Março e que deveria vigorar até 23 de Maio, deverá ser prolongado até 24 de Julho, dado que seria "prematuro o seu levantamento, devido aos riscos de crise epidémica que poderiam surgir em caso de interrupção súbita das medidas de prevenção em curso", pode ler-se no projecto de lei examinado este sábado (2/05) em Conselho de Ministros, que deverá ainda ser submetido ao crivo do Senado na próxima segunda-feira (4/05) e no dia seguinte ao Parlamento.
O texto precisa as medidas de quarentena aplicáveis a pessoas portadoras do vírus, que cheguem a França, mas a medida mais polémica, diz respeito a um "sistema de informação" sobre as pessoas infectadas pelo Covid-19 e seus próximos, durante um período máximo de um ano.
O dito projecto de lei visa "alargar" o quadro jurídico actual, para "integrar os desafios do confinamento" que deve começar a 11 de Maio, seguindo um mapa cromático de infecções em França, indicou o ministro da saúde Olivier Véran, para quem "vamos viver muito tempo com o vírus" e "aprender a viver com ele é o grande desafio nos próximos meses" acrescentou o ministro do interior Cristophe Castaner.
24.594 pessoas morreram em França de Covid-19 desde Março, entre as quais 218 nas últimas 24 horas, segundo o último balanço oficial anunciado esta sexta-feira (1/04) e após um mês e meio de penúria e polémicas em torno da falta de máscaras - laváveis e de uso único - o sector da grande distribuição anunciou que entre 5 e 10 milhoes de máscaras estarão disponíveis diariamente e em todo o país a partir da próxima segunda-feira (4/05) nos pequenos comércios, farmácias e supermercados.
O pessoal de saúde e os doentes infectados pelo Covid-19, que até agora tiveram que as dosear, interrogam-se sobre esta súbita abundância, enquanto os supermercados negam ter aproveitado esta penúria, para criar sotcks e assim gerar lucros, a Federação do Comércio e Distribuição acrescenta que "os supermercados nunca tiveram a seu cargo a compra e fornecimento de máscaras para o pessoal de saúde", pelo contrário disponibilisaram os seus stocks ou doou-os a hospitais.
Segundo o governo, a França já importou 500 milhões de máscaras da China e o fornecimento passará a 150 milhões de unidades a partir de meados de Maio, sendo que o primeiro-ministro Édouard Philippe prometeu que a partir de 11 de Maio, haverá máscaras suficientes em França para fazer face às necessidades.
O preço das máscaras cirurgicais, foi fixado a no máximo 95 cêntimos de euro, mas não há limite para o preço das máscaras em tecido, devido à diversidade de modelos e suas especificidades.
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