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Rússia/ defesa

Em nova doutrina militar, Rússia coloca Otan como ameaça

O governo russo publicou nesta sexta-feira (26) uma nova versão da doutrina militar do país, na qual designa a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) como uma ameaça para a segurança da Rússia. A divulgação do texto, aprovado pelo presidente Vladimir Putin, ocorre poucos dias depois de a Ucrânia dar mais um sinal de aproximação em relação à organização militar ocidental.

O presidente russo, Vladimir Putin, participa de vídeo-conferência em Moscou nesta sexta-feira, 26 de dezembro de 2014.
O presidente russo, Vladimir Putin, participa de vídeo-conferência em Moscou nesta sexta-feira, 26 de dezembro de 2014. REUTERS/Alexei Druzhinin/RIA Novosti/Pool
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A nova doutrina militar demonstra preocupação com o “reforço das capacidades ofensivas da Otan, diretamente nas fronteiras russas, e as medidas tomadas para fazer um sistema global de defesa antimísseis“ na Europa oriental. Moscou já protestou diversas vezes contra o posicionamento de tropas da organização em ex-repúblicas soviéticas, como em países bálticos ou na Polônia.

Na quarta-feira (24), a Ucrânia abandonou o status de país não-alinhado, um gesto simbólico que abre o caminho para o país se unir, no futuro, à Otan. A decisão foi criticada por Moscou, para quem a atitude “aumenta as tensões” na região.

Tom defensivo

Apesar disso, o caráter defensivo da doutrina militar russa foi preservado. O documento, cuja última versão era de 2010, afirma que o uso da força só será adotado quando todas as soluções não-armadas se esgotarem.

O texto destaca que a “probabilidade de uma guerra de envergadura contra a Rússia diminuiu”, mas lista uma série de ameaças que se intensificaram em algumas áreas, como reivindicações territoriais, “ingerências nos assuntos internos dos Estados” e envio de armas estratégicas no espaço. O país também se reserva o direito de usar o seu arsenal nuclear em caso de agressão contra si ou seus aliados.

Negociações na Ucrânia em impasse

O governo da Ucrânia e os rebeldes pró-Rússia não se reuniram nesta sexta-feira (26) em Minsk, um encontro que Kiev imaginava que poderia resultar na assinatura de um acordo de paz definitivo. "Não acontecerá uma reunião do grupo de contato hoje", disse à AFP o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Belarus, Dmitri Mironchik.

O encontro deveria contar com a presença de representantes do grupo tripartite de contato, composto por Ucrânia, Rússia e mediadores da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE). Na retomada do diálogo na quarta-feira, as partes relataram poucos avanços para um acordo de paz que acabe com os confrontos entre os separatistas e as forças governamentais, que deixaram mais de 4,7 mil mortos.

Troca de prisioneiros

Um assessor do chefe do serviço de segurança ucraniano declarou, nesta sexta-feira, que Kiev e os separatistas vão trocar centenas de prisioneiros, como parte de um acordo acertado na reunião. A previsão é de que 125 militares ucranianos sejam trocados por 225 rebeldes.

O número de prisioneiros dos dois lados é incerto, mas os militares ucranianos disseram neste mês que os rebeldes mantêm cerca de 600 soldados da Ucrânia.
 

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