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Ucrânia/Crise diplomática

Rússia promete diálogo com Ucrânia, mas não com governo interino

A Rússia quer ter relações respeitosas com a Ucrânia, mas não com o governo interino. A declaração foi feita na manhã desta segunda-feira (3) pelo primeiro-ministro russo Dmitri Medvedev. Já a Polônia afirma que Moscou vai sofrer graves consequências por sua intervenção na Crimeia. A Grã-Bretanha qualificou a situação ucraniana como a mais grave crise da Europa neste século 21.

O premiê russo Dmitri Medvedev, em foto de 24 de fevereiro
O premiê russo Dmitri Medvedev, em foto de 24 de fevereiro REUTERS/Dmitry Astakhov/RIA Novosti/Pool
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Moscou considera que Viktor Yanukovitch, destituído no dia 22 de fevereiro, ainda é o presidente legítimo da Ucrânia, embora reconheça que sua autoridade no momento é "insignificante". Na noite deste domingo, a Alemanha anunciou que o presidente russo Vladimir Putin aceitou a proposta da chanceler alemã Angela Merkel para criar uma missão de investigação e um grupo de diálogo político sobre a Ucrânia. O acordo deve ser formalizado ainda nesta segunda-feira.

Presença militar
Tanques russos estão posicionados no estreito de Kerch, que separa a província da Crimeia da Rússia. A guarda fronteiriça da Ucrânia também informou que os militares da Rússia fazem manobras no porto de Sebastopol, que abriga parte da frota russa do Mar Negro. As forças russas teriam também interrompido comunicações telefônicas em certas regiões. No final de semana, os militares tomaram o controle de prédios públicos, aeroportos e outros locais, sem resistência.

Representantes do governo russo, como a presidente do senado, Valentina Matvienko, que liberou o envio de tropas russas à Crimeia neste fim de semana, ressaltam que não haverá guerra entre os dois países. O vice-ministro russo das relações exteriores, Grigori Karassin disse que a presença de militares russos na Ucrânia serve para mostrar a seriedade das intenções do Kremlim em discutir as relações com Kiev.

Também nesta segunda-feira, o ministro polonês das relações exteriores, Radoslaw Sikorski, declarou que Moscou sofrerá graves consequências por sua intervenção militar na Crimeia.

Tensão diplomática...
As potências ocidentais continuam a pressionar a Rússia. Os ministros europeus das relações exteriores se reúnem hoje em Bruxelas para a segunda reunião urgente sobre a Ucrânia em dois dias. Já os países do G8, grupo formado pelas sete maiores potências mundiais e a Rússia, anunciaram a suspensão dos preparativos da cúpula do grupo prevista para junho em Sotchi.

Eles também ameaçam excluir a Rússia do grupo. A OTAN anunciou o envio de observadores internacionais à Kiev e fez um apelo à Rússia para que retire suas tropas da Crimeia.

O presidente interino ucraniano Olexandre Turtinov, ressaltou ontem à noite que espera encontrar uma solução pacífica para a crise. Em Kiev, 50 mil pessoas se reuniram na praça Maidan para protestar contra a Rússia.

...E tensão nos mercados
A presença militar da Rússia na Ucrânia levou pânico ao mercado financeiro russo. Os dois principais índices das bolsas de Moscou, já tiveram queda de 5 a 7%.

A moeda local, o rublo, também sofreu a maior perda desde 2009: um dólar vale 36,85 rublos. O Banco Central russo elevou sua taxa de juros de 5,5% para 7% para conter a alta da inflação e os riscos de instabilidade financeira.
 

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