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Itália/Crise política

Decisão de Berlusconi de retirar ministros do governo desagrada seus partidários

Silvio Berlusconi tomou a decisão no sábado, junto com seus conselheiros mais próximos, de fazer com que os cinco ministros de seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), pedissem demissão do governo de coalizão. Isso desagradou muitos de seus partidários, que não querem uma crise governamental e eleições antecipadas agora que o país enfrenta dificuldades para sair da recessão.

O líder do PDL, Silvio Berlusconi, provocou a ira de seus partidários ao decidir que os ministros de seu partido deveriam perdir demissão do governo.
O líder do PDL, Silvio Berlusconi, provocou a ira de seus partidários ao decidir que os ministros de seu partido deveriam perdir demissão do governo. REUTERS/Remo Casilli/Files
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Vinte senadores do PDL se disseram hoje dispostos a deixar o partido para criar um outro se o Cavaliere não for mais flexível em relação ao presidente do Conselho, Enrico Letta.

Os próprios ministros que pediram demissão exprimiram seu desacordo, incluindo Angelino Alfano, vice-primeiro-ministro, secretário do PDL e considerado o herdeiro político de Silvio Berlusconi.

O ex-premiê foi condenado em agosto a quatro anos de prisão (pena reduzida a um ano por uma anistia) por fraude fiscal pela Corte de Cassação. Com 77 anos, o magnata da mídia não irá para a cadeia, mas terá que escolher entre a prisão domiciliar e serviços de interesse público.

Devido a essa condenação definitiva (a primeira em 20 anos de problemas com a justiça), o Cavaliere corre o risco de perder sua cadeira de senador e, consequentemente, sua imunidade parlamentar, bem no momento em que deve enfrentar outros julgamentos, incluindo o do caso conhecido como "Rubygate" (prostituição de menor e abuso de poder).

"Cada um assumirá sua responsabilidade diante do país", alertou neste domingo o chefe do governo, Enrico Letta. Ele vai pedir um voto de confiança ao Parlamento na próxima quarta-feira.

Sua esperança para garantir a maioria é atrair os parlamentares do PDL que estão cansados dos caprichos de Berlusconi e formar uma nova maioria com os centristas de Mario Monti e talvez alguns integrantes do Movimento Cinco Estrelas.

A imprensa italiana especula sobre uma possível divisão do partido entre de um lado os partidários mais fiéis de Berlusconi, que se reuniriam no Forza Italia, que o Cavaliere, acaba de relançar, e de outro os "moderados", que permaneceriam no PDL.

Os mercados reagiram rapidamente à nova crise política da Itália. Nesta segunda-feira, a taxa de juros para empréstimos a dez anos está em alta e a bolsa de Milão abriu em queda de mais de 2%.

Empresas e sindicatos italianos alertaram nesta segunda-feira contra um possível monitoramento do governo de Roma pela União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional, após a demissão de cinco ministros aliados de Silvio Berlusconi.

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