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Itália/Silvio Berlusconi

Pela imprensa, Berlusconi pressiona governo para reverter condenação

O ex-premiê italiano Silvio Berlusconi, que pode perder em breve seu cargo de senador, colocou novamente sob pressão o governo de Enrico Letta. Em entrevista ao jornal Tempi que interrompeu um silêncio midiático de dez dias, o Cavaliere exigiu garantias de sua permanência no Parlamento e no papel de chefe da centro-direita.

O ex-premiê italiano Silvio Berlusconi reage durante evento de seus apoiadores em protesto à sua condenação por fraude fiscal, em Roma, em foto de 4 de agosto de 2013.
O ex-premiê italiano Silvio Berlusconi reage durante evento de seus apoiadores em protesto à sua condenação por fraude fiscal, em Roma, em foto de 4 de agosto de 2013. REUTERS/Alessandro Bianchi/Files
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"Vão dizer que é minha culpa quando os (cinco) ministros do PDL (Povo da Liberdade, seu partido) cogitarem se demitir diante do massacre jurídico de seu chefe, eleito por milhões de italianos", disse à publicação, ligada à organização católica conservadora Comunione e Liberazione.

E fez uma metáfora: "Se dois amigos estão em um barco e um joga o outro n'água. De quem é a culpa quando o barco parte à deriva?" Trata-se de uma alusão direta a Enrico Letta, que declarou que não intervirá se seu partido (Democrata, de centro-esquerda), votar pela exclusão de Berlusconi do Senado.

No dia 1° de agosto, o ex-primeiro ministro recebeu sua primeira condenação definitiva em 20 anos de processos judiciários. Ele enfrentará um ano de prisão domiciliar por fraude fiscal, além de perder o mandato de senador e os direitos eleitorais. Mas, para que estas últimas duas sanções entrem em vigor, o Senado deve se posicionar. Uma primeira sessão parlamentar está programada para 9 de setembro.

Assinada pelo diretor do jornal, a abertura da entrevista é pessimista: "Tudo leva a crer que o governo Letta está com os dias contados", diz o texto. "Enrico Letta cortou as linhas de diálogo sobre a possibilidade de encontrar uma justa solução parlamentar à sentença letal do Tribunal de Cassação".

E Silvio Berlusconi segue na artilharia: "Eles podem fazer o que quiserem, mas não podem me privar de três coisas: o direito de me exprimir nas cenas política e civil italianas, o direito de dirigir o movimento político que fundei e o direito de continuar a ser referência para milhões de italianos". Em um apelo velado a Letta e ao presidente Giorgio Napolitano, Berlusconi diz que a "Constituição e o bom senso oferecem várias soluções".

De acordo com a imprensa local, o presidente poderia perdoar parcialmente o Cavalieri, transformando a pena de prisão - que ele certamente cumprirá em casa por conta de seus 76 anos - em uma multa. A outra esperança do Cavaliere é que o Tribunal Constitucional julgue irregular a condenação, já que o caso remonta a mais de dez anos.

 

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