Parlamentares do partido de Berlusconi renunciam em protesto à condenação

Os deputados do Povo da Liberdade, o partido do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, pediram demissão na noite desta sexta-feira, dia 2 de agosto. O grupo contesta a condenação definitiva do ex-premiê ontem pela Suprema Corte italiana, por fraude fiscal na aquisição de direitos de televisão para sua empresa, a Midiaset.

Ex-premiê italiano, Silvio Berlusconi, quer uma reforma na Justiça italiana ou novas eleições no país. REUTERS/Remo Casilli

Silvio Berlusconi se reuniu nesta sexta-feira, em Roma, com os parlamentares do Povo da Liberdade (PDL). De acordo com fontes que pediram anonimato à imprensa italiana, o ex-premiê foi ovacionado por seus colegas e teria afirmado que é necessário se mobilizar para uma reforma na Justiça do país, caso contrário, segundo ele, será necessário convocar novas eleições. “O julgamento não se baseia em nada”, teria dito sobre a decisão da Suprema Corte.

Durante o encontro, o ministro do Interior e integrante do PDL, Angelino Alfano, declarou que os deputados estavam prontos a renunciar para defender seus ideais. Já o senador Renato Schifani e o deputado Renato Brunetta queriam se dirigir esta noite mesmo ao Palácio do Quirinale, sede da presidência italiana, para apresentar oficialmente a renúncia ao presidente Giorgio Napolitano e exigir a revisão da condenação de Berlusconi.

A prefeitura de Milão emitiu nesta sexta-feira um decreto que privará o ex-premiê de seu passaporte – uma conseqüência da condenação a quatro anos de prisão, reduzidos a um ano devido a uma anistia, pelo escândalo Midiaset.

Esta foi sua primeira condenação definitiva desde que ele começou na política, em 1994. Dono de um império de comunicações, Il Cavaliere está envolvido em seis processos no total. Para muitos analistas políticos, a era Berlusconi na política italiana está finalizada.

Apesar de ter anunciado que está pronto para enfrentar a prisão, o ex-premiê, que tem 76 anos, não será realmente detido devido a sua idade avançada. A pena pode ser convertida em serviços comunitários ou em prisão domiciliar.