Desemprego atinge novo recorde histórico na Espanha
O desemprego na Espanha voltou a crescer no primeiro trimestre de 2013, atingindo um novo recorde histórico de 27,16%. Mais de 57% dos seis milhões de desempregados no país são jovens entre 16 e 24 anos. De acordo com os números divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, no final de março, o país - que segue em recessão apesar de encampar um plano de rigor fiscal sem precedentes - contava 6.202.700 desempregados, 237.400 a mais do que no trimestre anterior.
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A situação afeta todas as faixas etárias, mas é maior entre os 25 e 29 anos, em todas as regiões do país. Também aumentou o número de famílias em que ninguém trabalha: isso acontece em quase 2 dos 17 milhões de lares espanhois. Por regiões, a mais afetada pelo desemprego é a Andaluzia, com taxa de 36,87%; a situação menos calamitosa é do País Basco (16,28% da população ativa).
Entre todos os países da União Europeia, a Grécia, com 27,2% da população sem trabalho, é a única que enfrenta situação pior do que a espanhola. Os números divulgados nesta quinta-feira contrariam as garantias dadas pelo chefe do governo conservador Mariano Rajoy de que o aumento do desemprego no primeiro trimestre de 2013 seria o "menor dos últimos anos".
No entanto, ele advertiu que a situação no conjunto do ano "não será boa". Como consolo, disse que será "menos má do que nos anos anteriores". Em 2012, o PIB espanhol recuou 1,37%. Nesta semana, o governo revisou sua projeção inicial de contração para 2013 de 0,5% para algo entre 1% e 1,5%.
Revolta
Enquanto boa parte da população tem saído às ruas com frequência para protestar contra o governo e as medidas de austeridade impostas pela União Europeia, alguns grupos partem para o enfrentamento direto. Na manhã desta quinta-feira, quatro "membros de grupos anarquistas" foram presos enquanto se preparavam para incendiar um banco em Madri. Com eles, foram apreendidos oito fogos de artifícios, quatro bombas e dois galões de gasolina.
De acordo com o Ministério do Interior, eles foram presos por grupos policiais destacados para a capital para garantir a segurança durante uma manifestação convocada pelas redes sociais para acontecer ainda nesta tarde. A palavra de ordem dos manifestantes é "Ocupar o Congresso". Em nota, o Ministério disse que o incidente se enquadra em "uma série de atos de delinquência" que precede a Manifestação.
Nas redes sociais, o movimento pede "a derrubada do regime (demissão do governo, dissolução do Parlamento e das altas instituições do Estado) e a abertura de um processo de transição para um novo modelo de organização política, econômica e social, verdadeiramente justo e solidário".
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