Itália vive suspense, sem definição de resultado para eleições legislativas

Os italianos acompanham cada voto apurado nas urnas, à espera de um decisão que parece cada vez mais improvável. Sem uma maioria absoluta, a coalizão de esquerda estaria prestes à assumir o controle da Câmara dos Deputados. Entetanto, o partido do líder de esquerda, Pier Luigi Bersani trava uma disputa de voto a voto no Senado contra a coalizão de direita, de Silvio Berlusconi. Os números finais serão anunciados somente nesta terça-feira(26).

Comissários apuram votos em sessão eleitoral de Roma REUTERS/Yara Nardi

As projeções feitas pelos principais jornais da Itália indicam que a direita de Silvio Berlusconi estaria ligeiramente na frente, e receberia entre 113 e 123 cadeiras das 315 que formam o Senado. A coalizão de esquerda, dirigida por Pier Luigi Bersani conseguiria entre 105 e 112 cadeiras. Entretanto, mesmo se a esquerda se aliasse com os centristas de Mario Monti (que obterão entre 17 e 20 cadeiras), não conseguirá controlar o Senado caso não alcance a maioria de 158 assentos.

Por sua vez, o partido do ex-Presidente do Conselho, Mario Monti, ficaria, então, em último lugar. O Movimento Cinco Estrelas, do comediante Beppe Grillo conseguirá, segundo sondagens, entre 57 e 63 lugares, mas deve permanecer isolado na Câmara Alta, já que o líder Grillo anunciou não pretender formar alianças no Senado.

Na Câmara dos Deputados, a esquerda, apesar de não ter a maioria absoluta, receberá o controle da Casa, já que o sistema eleitoral italiano permite que o partido líder das eleições assuma pelo menos 340 das 630 cadeiras da Câmara Baixa. No fim da noite desta segunda, após apuração de mais de 70% dos votos, a esquerda receberia 30% da preferência do eleitorado contra 28% dos votos destinados ao partido do Cavaliere.

Reação do mercado

Os mercados reagiram imediatamente aos primeiros resultados das pesquisas de boca de urna, que mostram que a coalizão de esquerda obtém a maioria na Câmara dos Deputados. A bolsa de Milão registrou alta e a diferença entre as taxas de rendimento das dívidas italiana e alemã registraram o mais baixo nível desde o início do mês. A Europa temia que a falta de uma maioria no Parlamento italiano invibializasse a governança do país. Mas com a possibilidade do retorno da coalizão de Berlusconi ao Senado, as bolsas voltaram a cair.