Itália e França assinam acordo para construção de túnel entre Lyon e Turim
A França e a Itália assinaram nesta segunda-feira um acordo para a realização do controverso projeto de trem-bala entre Lyon e Turim, enquanto milhares de opositores realizavam uma manifestação em Lyon. Para viabilizar a obra, os dois países precisam "convencer" a União Europeia a pagar 40% do custo estimado em € 8,5 bilhões.
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Essa "declaração comum sobre o túnel Lyon-Turim", cujo custo é avaliado em € 8,5 bilhões, foi assinado em Lyon (centro-oeste) pelos ministros do Transporte dos dois países, na presença do presidente francês, François Hollande, do chefe do governo italiano, Mario Monti, e do premiê francês, Jean-Marc Ayrault. Mas Paris e Roma ainda devem convencer a União Europeia a financiar 40% do projeto.
"Para conseguir os 40% a França e a Itália vão ter que continuar seu trabalho de convencimento junto à Comissão Europeia", declarou François Hollande, reconhecendo que a obtenção desse financiamento "também depende muito do orçamento europeu", que ainda não foi adotado.
Mario Monti enfatizou por sua vez a importância do projeto "não somente para nossos dois países mas para a construção europeia". Segundo ele, essa ligação irá facilitar as trocas europeias no eixo leste-oeste, além das fronteiras da França e da Itália.
O início do funcionamento dessa linha, cuja instalação foi decidida durante uma cúpula franco-italiana em 1991, está prevista para 2025, mas será provavelmente adiada para 2028-2029. Ela deve passar por um túnel de 57 km (ou seja, seis quilômetros a mais que o túnel sob o canal da Mancha que liga Paris a Londres).
Segundo seus engenheiros, essa "autoestrada ferroviária", que combina transporte de carga e de passageiros, deve permitir retirar das estradas ao menos um milhão de caminhões por ano e reduzir o trajeto entre Paris e Milão de sete para pouco mais de quatro horas.
O projeto dessa linha de trem a alta velocidade provoca agitação nos meios ecologistas dos dois países. Na tarde desta segunda-feira, cerca de mil manifestantes hostis à obra se reuniram diante da estação de Brotteaux em Lyon, enquanto manifestantes com o rosto coberto lançavam bombas de gás.
Eles aplaudiram a chegada de várias centenas de militantes italianos, cujos ônibus haviam sido retidos pela polícia para realizar controles de identidade. Um número impressionante de policiais cercava o bairro dessa estação que não está em funcionamento.
O custo total da obra, que inclui o túnel, a autoestradas e outras infraestruturas, é avaliado em € 25 bilhões, e foi criticado pelo Tribunal de Contas de Paris.
Além do túnel, a Itália e a França assinaram cinco outros acordos bilaterais relativos à cooperação entre as polícias, a defesa, o ensino superior e a pesquisa.
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