Alterações climáticas ameaçam produção de café em Cabo Verde
Cabo Verde tem uma arábico que se pode comparar ao café do Brasil, da Colômbia ou Timor-Leste, mas as alterações climáticas estão a ameaçar a produção de café no arquipélago.
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Nem só na ilha do Fogo e na ilha de Santo Antão se reúnem as condições de clima e altitude propícias à produção de café. Na verdade, também São Nicolau produz bom café arábico, o interior de Santiago ou ainda Brava, embora em pouca quantidade.
Contabilizado, Cabo Verde produz café em cinco ilhas, das nove ilhas habitadas, mas as alterações climáticas estão a ameaçar a produção de café em Cabo Verde, como nos conta Rosério Rodrigues, produtor de café na vila dos Mosteiros, na ilha do Fogo.
"O cafeeiro é um arbusto e tem de ter um clima propício para o seu desenvolvimento e para a sua produção. Durante a noite há sempre pluviosidade oculta, que ajuda aquelas plantas a aguentarem à seca que estamos a viver em Cabo Verde. Estamos com medo porque havia uma zona de café, chamada baixa, que secou e deixou de existir. É sinal que no futuro vamos ter problemas, a não ser que o clima mude", descreve o produtor cabo-verdiano.
Depois de colhido o grão de café é processado, lavado e torrado, empacotado e moído, um grande trabalho que tem tido cada vez mais prejuízo.
"O produtor de café tem muito trabalho até pôr o café na chávena", explica Rosério Rodrigues, começando pela recolha do café. O produtor tem de pagar os trabalhadores encarregues de fazer a recolha dos grãos e "há cada vez menos pessoas dispostas a fazer este trabalho e ganham cada vez mais", explicada. O preço de café não aumente proporcionalmente e a venda acaba por ser pouco rentável para o produtor.
Nos últimos dois anos o café do Fogo esteve parado. Sem turismo, o café do Fogo praticamente não se vendeu. Um produto atractivo para os turistas, um pedaço de Cabo Verde.
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