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Covid-19/Vacinas/Imunização

Cabo Verde/Covid-19: situação epidemiológica piorou nos últimos 14 dias

O director nacional da saúde, Jorge Manuel Barreto, admite que a situação epidemiológica em Cabo Verde piorou nos últimos 14 dias; com uma taxa de incidência acumulada aumentando de 128 para 253 casos por 100.000 habitantes, o país quer ainda este ano atingir a imunidade de grupo e vacinar mais de 70% da população.

Cabo Verde, um dos países com maior taxa de incidência por 10.000 habitantes em África, quer atingir a imunidade de grupo imunizar mais de 70% da população em 2021.
Cabo Verde, um dos países com maior taxa de incidência por 10.000 habitantes em África, quer atingir a imunidade de grupo imunizar mais de 70% da população em 2021. © DR
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Ao fazer a avaliação da situação epidemiológica da covid-19 em Cabo Verde, o director nacional da Saúde, Jorge Noel Barreto, afirmou que  nos últimos 14 dias o país piorou, com a taxa de incidência acumulada a nível nacional a aumentar de 128 para 253 casos por 100 mil habitantes.

De 22 de Março a 04 de Abril foram analisadas um total de 10.973 amostras que dão uma média de 783 amostras por dia e tivemos um total de 1.426 novos casos identificados neste período, o que dá uma média de 102 casos novos por dia e representa uma taxa de positividade de 13%, mostrando, realmente, que houve piora da situação” disse Jorge Noel Barreto.

De acordo com o director nacional da saúde,  mais de três mil profissionais de saúde já foram vacinados, representando mais de setenta por cento do  que está previsto no Plano Nacional de Vacinação.  

Por sua vez, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia  disse que o governo está a mobilizar  mais 5 milhões de dólares para as vacinas contra a Covid-19 para que se possa atingir a imunização de grupo.

O objetivo do governo é imunizar mais de 70% da população ao longo deste ano.

Cabo Verde registou até 6 de abril um total acumulado de 17.939 infecções, 1.179 casos activos, 173 óbitos e 19.587 recuperados.

01:21

Odair Santos, correspondente em Cabo Verde 6/04/2021

Cabo Verde foi entre 14 de fevereiro e 31 de dezembro de 2020 um dos países africanos com maior taxa de incidência da Covid-19 por 100.000 habitantes, segundo uma análise da revista científica britânica The Lancet publicada em março, referente aos dados da pandemia em África.

Entre os países com elevada taxa de incidência,  e além de Cabo Verde este estudo refere ainda a África do Sul, Líbia e  Marrocos.

A análise revela que Cabo Verde registou uma incidência de 1.973 casos por 100 mil habitantes, a mais elevada entre os 55 Estados-membros da União Africana e entre os países africanos lusófonos.

Durante este período, foram contabilizados 11.840 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 e 113 mortes, tendo Cabo Verde registado uma taxa de letalidade de 1.0%.

Por outro lado, 11.559 doentes recuperaram, o que coloca Cabo Verde entre os seis países africanos - República Centro-Africana, Cabo Verde, Costa do Marfim, Djibuti, Gabão e Gana - com taxas de recuperação iguais ou superiores a 98%.

A África do Sul, o país com mais casos acumulados da Covid-19 e mortes no continente africano (1.057.161 casos e 28.469 mortes até dezembro 2020) registou uma incidência de 1.819 casos por 100 mil habitantes.

Seguem-se a Líbia (1.526/100.000 habitantes), Marrocos (1.200/100.000 habitantes) e a Tunísia (1.191/100.000 habitantes).

Entre os países africanos lusófonos, São Tomé e Príncipe regista a segunda maior taxa de incidência com 507 casos por 100.000 habitantes para um total acumulado de infeções durante o ano passado de 1.014, 17 mortes e 971 doentes recuperados.

Segue-se a Guiné Equatorial, com uma incidência de 376 casos por 100.000 habitantes, 5.277 casos acumulados da doença, 86 mortos e uma taxa de letalidade de 1.6%.

Angola com 55 casos/100.000 habitantes e Moçambique com 59 casos/100.000 habitantes, registaram respetivamente taxas de mortalidade de 2,3% (405 mortes) e 0,9% (166 mortes) no mesmo período.

A Guiné-Bissau contabilizou uma incidência de 122 casos por 100.000 habitantes, 2.447 casos acumulados, 45 mortes e uma taxa de letalidade de 1,8%.

Globalmente, durante o período em análise pela The Lancet, quase 3 milhões de casos da Covid-19 e mais de 65.000 mortes foram relatadas em África.

O estudo indica ainda que a segunda vaga em África foi mais severa que a primeira, com mais cerca de 30% de infecções diárias durante a fase de crescimento desta segunda vaga em comparação com o pico da primeira.

Apesar disso, assinalam os investigadores, a maioria dos países implementou menos medidas de saúde pública durante este período.

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