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Cabo Verde

Cabo Verde chora Dulce Duarte figura de proa da cultura caboverdiana

Morreu na última segunda-feira, em Cabo Verde, Dulce Almada Duarte, intelectual caboverdiana, na origem do estudo científico da língua caboverdiana, depois do autor Baltasar Lopes, que escreveu "O dialecto crioulo de Cabo Verde". Dulce Duarte, era autora da obra científica "Sobre língua caboverdiana", tese de licenciatura em Filologia românica, na Universidade de Coimbra e do livro Bilinguismo ou Diglossia?

Literatura caboverdiana que influenciou a ensaísta, Dulce Almada Duarte, falecida em Cabo Verde
Literatura caboverdiana que influenciou a ensaísta, Dulce Almada Duarte, falecida em Cabo Verde RFI
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Cabo Verde chora o desaparecimento da ensaísta, Dulce Almada Duarte, intelectual e linguista, morta na segunda-feira, com a idade de 85 anos. Aliás, ela faria 86 anos hoje dia do seu aniversário. 

Dulce Duarte, era uma mulher de Letras, professora e autora de dois livros, "Sobre a língua caboverdiana" abordando questões da língua e da identidade de Cabo Verde, seu trabalho científico de licenciatura em Filologia românica na Universidade de Coimbra, em Portugal, e de "Bilinguismo ou Diglossia?".

A linguista caboverdiana chegou a ser em 1960 leitora de português na Universidade de Caen, no norte da França.

Foi dos primeiros caboverdianos a trabalhar cientificamente com a que viria a ser a língua caboverdiana e seguramente a primeira mulher intelectual de Cabo Verde a analisar questões do crioulo e da identidade caboverdianos.

Dulce Almada Duarte, nasceu na ilha de S. Nicolau e cresceu e fez o Liceu Gil Eanes, em S. Vicente, onde teria, curiosamente, como professor, Baltasar Lopes da Silva, escritor, poeta, advogado e autor do romance Chiquinho e do ensaio "O Dialecto crioulo de Cabo Verde".

Nascido igualmente na ilha de S. Nicolau, Baltasar Lopes da Silva, amigo e condiscípulo do pai de Dulce Almada Duarte, inspiraria esta mulher das Letras de Cabo Verde, nos seus trabalhos sobre a língua e a identidade caboverdianas.

Mas, Dulce Almada Duarte, que era casada com Abílio Duarte, um dos líderes do PAIGC e primeiro Presidente da Assembleia nacional de Cabo Verde, teve também papel importante na luta de libertação na Guiné Bissau.

Com o marido, a intelectual, Dulce Duarte passariam também por Argélia, país que formou militar e ideologicamente muitos líderes e militantes do PAIGC, antes de seguirem para a luta de libertação na Guiné Bissau.

Segundo o escritor e Antropólogo caboverdiano, Manuel Brito-Semedo, Dulce Almada Duarte, foi inclusivamente penalizada enquanto mulher intelectual pelo machismo no seio do PAIGC, pelo que não teve mais destaque na vida política e governamental em Cabo Verde, preferindo projectar o marido.

07:32

Manuel Brito-Semedo, escritor e Antropólogo cultural fala da figura de mulher intelectual, Dulce Almada Duarte, falecida em Cabo Verde

 

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