Esmagadora vitória do MpD nas eleições autárquicas em Cabo Verde
O Partido no poder em Cabo Verde, o Movimento para a Democracia (MpD), segue em frente nas contagens dos votos, conquistando até ao momento 19 das 22 câmaras municipais.
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Depois do apuramento de 98% das mesas de voto o Movimento para a Democracia (MpD) conquistou 19 das 22 câmaras municipais, mais cinco do que há quatro anos.
Segundo Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro e líder do MpD, o partido apresentou-se nas eleições para vencer e foi o que aconteceu: "Os nossos candidatos venceram com autonomia de apresentação das suas propostas, dando cara aos seus projetos e mostrando que conseguiram convencer os eleitores, os cabo-verdianos e munícipes nos diversos concelhos do país com as melhores propostas e soluções".
O chefe do governo cabo-verdiano também salientou a forma como as eleições correram, julgando que "a democracia funcionou".
Ulisses Correia e Silva também declarou que a partir de agora irà trabalhar juntamente com todos os presidentes de câmaras para o desenvolvimento do país, "de forma igual e sem qualquer discriminação" político-partidária.
O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) venceu em duas das 22 câmaras, menos seis do que tinha conseguido há quatro anos.
Janira Hopffer Almada, líder do PAICV, o maior partido da oposição cabo-verdiana, colocou o seu lugar à disposição após reconhecer a derrota.
Na ilha da Boavista, o grupo independente BASTA, liderado pelo deputado do MpD José Luís Santos, foi o vencedor, com 53,5% dos votos.
A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) não consegiu o seu objectivo, que era conquistar a câmara de São Vincente.
As eleições autárquicas de domingo e Cabo Verde registaram uma taxa de abstenção de 41,7%, a terceira maior na história do país, segundos os dados provisórios.
Confira aqui a correspondência de Odair F. Santos.
Correspondência de Odair F. Santos
O PAICV maior partido da oposição detinha oito autarquias e ficou reduzida a duas; Mosteiros, na ilha do Fogo, e Santa Cruz, em Santiago. Segundo a escritora e analista política cabo-verdiana Rosário da Luz a derrota do PAICV deve-se ao seu desempenho vergonhoso.
"O PAICV praticamente desapareceu do campo político nacional. No campo municipal, ganhou dois dos 22 municípios nacional e é absolutamente vergonhoso o desempenho deu ma corporação que, até há bem pouco tempo, dominou maioria e o poder executivo no país."
"A derrota não se deveu apenas ao julgamento da anterior legislatura, não se deveu apenas àquilo que levou o MPD a ganhar nas legislativas, deve-se também à extrema incompetência da liderança da nova direcção do PAICV que a nível dos candidatos, a nível de estratégias de comunicação fez, do que chamei, todas as escolhas erradas", descreveu Rosário da Luz.
Escritora e analista política Rosário da Luz
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