Brasileira pode pegar até 15 anos de prisão por morte de companheiro francês

A justiça francesa anunciará nesta quarta-feira a sentença para a brasileira Denize Soares, conhecida na França como "viúva negra". Denize é acusada de ter envenenado o companheiro francês, Sébastien Brun, no ano de 2004. O corpo da vítima foi encontrado somente quatro anos depois, no Brasil.

A brasileira Denize Soares, acusada de matar seu companheiro francês Sébastien Brun, em 2004. © DR

Após doze dias de audiência, a acusação pediu nesta terça-feira que a brasileira cumpra uma pena de 15 anos de prisão, em regime fechado, por assassinato. O caso está sendo julgado em Grenoble, no sudeste da França, cidade onde o casal vivia. " Está claro para todo mundo que a Denize mentiu. Ela mudou a versão dos fatos inúmeras vezes. Ela tem o direito de mentir e isso não faz dela uma criminosa. Mas, diante dos juízes, as suas mentiras podem ter graves consequências", advertiu o promotor Pierre-Marie Cuny.

Denize é acusada de ter envenenado com cianeto o florista Sébastien Brun de 31 anos, durante uma viagem à terra natal da brasileira. Diante da justiça, Denize alegou que o seu companheiro teria fugido de uma máfia e, por isso, se escondido no Brasil. Segundo ela, a versão teria sido criada pelos próprios pais da vítima, para cobrir a fuga do filho. Nos últimos dias, porém, a brasileira diz não se lembrar de mais nada.

De acordo com a acusação, ela envenenou o companheiro e depois desapareceu com o corpo em agosto de 2004, durante férias na Bahia. Denize voltou à França sozinha e convenceu os pais de Sébastien que ele tinha decidido ficar no país porque tinha Aids. Apesar de receber cartões postais supostamente enviados pelo filho, os pais do francês desconfiaram e em uma viagem ao Brasil, em 2005, descobriram que a versão da brasileira era mentira. O corpo do francês foi achado em 2008, após denúncia anônima.