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Julgamento de 'viúva negra brasileira' mobiliza imprensa francesa

A história da brasileira Denize Soares, julgada na França por ter envenenado e enterrado seu ex-companheiro francês durante as férias do casal no Brasil, em 2004, é analisada pelo jornal Libération desta quinta-feira. A enviada especial do jornal a Grenoble, onde acontece o julgamento de Denize, escreve um perfil da brasileira que conseguiu esconder durante vários anos o paradeiro de seu ex-companheiro. A baiana nega as acusações.

O jornal Libération enviou uma repórter para acompanhar o julgamento da brasileira Denize Soares em Grenoble.
O jornal Libération enviou uma repórter para acompanhar o julgamento da brasileira Denize Soares em Grenoble. RFI
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A fábula brasileira da "viúva negra" foi o título escolhido para a reportagem ilustrada como uma história em quadrinhos. O Libération escreve que o tribunal de Grenoble ficou lotado para conhecer o destino de Denize Soares. Mas a mulher de 42 anos, que "tem a voz doce e sensual" que evoca todos os clichês sobre o Brasil, quase não falou e deixou seus advogados tomarem conta do processo.

Alegando a falta de condições "serenas", a audiência da semana passada foi suspensa como queria a defesa e ainda não há data para ser retomada, informa o Libération. Hoje seus advogados vão pedir que a brasileira aguarde a próxima audiência em liberdade. Os dois dias de debate, incluindo os depoimentos de quatro psiquiatras e psicólogos, fizeram o auditório mergulhar num relato confuso, escreve o Libé.

Em duas páginas, o jornal resume o caso de Denize que partiu em 2004 para uma cidade do interior da Bahia com o companheiro francês Sébastien e o filho deles de 8 meses. Ela voltou à França sozinha e convenceu os pais de Sébastien que ele tinha decidido ficar no país porque tinha Aids.

Apesar de receber cartões postais supostamente enviados pelo filho, os pais do francês desconfiaram e em uma viagem ao Brasil, em 2005, descobriram que a versão de Denize era mentira. O corpo do francês só foi achado em 2008, após denúncia de um anônimo. O irmão de Denize confessou ter enterrado o corpo junto com ela.

Ao investigar o passado de Denize, o Libération descobriu que ainda adolescente ela foi entregue pelos pais a uma família para a qual trabalhou como empregada doméstica. Aos 20 anos anos, a baiana veio à França em busca de uma vida melhor. Ela já tinha passagens pela polícia por ter ministrado produtos dopantes a outros namorados, lembra o Libération. O jornal também afirma que os psicólogos identificaram em Denize uma espécie de "síndrome do abandono", que a faz mentir com muita habilidade para viver num mundo fantasioso.

O Libération termina a reportagem relatando o termor dos pais de Sébastien de que, uma vez em liberdade, Denize consiga fugir para o Brasil e escapar do julgamento.

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