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Angola

Greve dos professores universitários de Angola suspensa até Novembro

Em Angola, os professores do ensino superior tornaram, pela terceira vez em algumas semanas, a suspender a sua greve, poucas horas depois de a retomarem na terça-feira. Os grevistas que reclamam que o ano lectivo seja prolongado até ao dia 15 de Agosto, dizem que não vão retomar o trabalho em Novembro, no caso de não se avançar sobre as reivindicações de aumentos salariais e de seguros de saúde, últimos pontos de bloqueio com a sua tutela.

Protesto do SINPES em Luanda, a 19 de Março de 2022. (ilustração)
Protesto do SINPES em Luanda, a 19 de Março de 2022. (ilustração) AFP - JULIO PACHECO NTELA
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Depois de vários meses de greve, com o SINPES, Sindicato dos Professores do Ensino Superior, a suspender periodicamente o bloqueio, declarando querer deixar espaço à negociação, os professores grevistas retomaram a paralisação na terça-feira, conforme tinham previsto, mas votaram em seguida a suspensão do movimento. O sindicato invoca que não pretende comprometer o ano lectivo e que tem a expectativa de ver as suas reivindicações serem tomadas em consideração pelo executivo no próximo Orçamento Geral do Estado, conforme disse à RFI, Eduardo Peres Alberto, secretário-geral do SINPES.

"Entre as questões que nos levaram a reflectir, primeiro, já no dia 26 de Junho, tinham começado os exames finais. Não é nosso objectivo penalizarmos a formação dos estudantes", começa por dizer o dirigente sindical referindo ter como ponto assente que "também em Outubro poderá ser discutido em Conselho de Ministros o Orçamento Geral do Estado, que a Ministra do Ensino Superior afirma que não será possível este ano um aumento salarial" que daí se optou "por interromper a greve até ao dia 10 de Novembro de 2023, dando oportunidade ao governo para que introduza este ponto fracturante sobre salários e seguro de saúde no Orçamento Geral do Estado".

O responsável Eduardo Peres Alberto refere ainda que os grevistas exigem igualmente "o alargamento ou a extensão do período lectivo até dia 15 de Agosto no sentido de permitir o cumprimento dos conteúdos programáticos por parte da comunidade académica".

Reivindicações para as quais os grevistas não receberam até ao momento nenhuma resposta concreta das suas tutelas, o que não impede o responsável do SINPES de considerar que numa anterior reunião no dia 21 de Junho com representantes do governo, houve alguns avanços.

"Ocorreu a revisão do regulamento eleitoral, porque temos denunciado que as eleições que ocorreram ao nível das instituições do ensino superior estavam eivadas de vícios, também o seguro de saúde já há um estudo que nos foi apresentado que ronda o valor máximo de 8 a 10 biliões de Kwanzas (aproximadamente 8 a 11 milhões de Euros), para permitir que esse ponto fracturante seja alcançado", constata Eduardo Peres Alberto.

Por fim, o sindicalista informa que está prestes a terminar o segundo mandato de cinco anos na chefia do SINPES e que não pretende candidatar-se à sua própria sucessão durante a assembleia geral da organização no próximo mês de Outubro. Eduardo Peres Alberto que recebeu ameaças e viu inclusivamente membros da sua família serem alvo de agressão durante estes últimos meses de bloqueio, refere que pretende doravante concentrar-se no seu doutoramento e na investigação científica.

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