Afro-americanos em Angola para visitar Museu da Escravatura
A história é a de um africano que foi levado num navio negreiro para a América, onde trabalhou numa plantação da Virgínia em 1619, há mais de quatro séculos.
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Hoje, os seus descendentes, afro-americanos, reencontraram-se em Angola com a memória dos seus antepassados.
Wanda Tucker, acompanhada pelo irmão, Vincent Tucker, e pela prima, Carolita Cope, visitaram o Museu da Escravatura, em Luanda, em Angola.
Uma visita “dolorosa” e emotiva para Wanda Tucker:
“É muito emotivo. A história da família foi-lhe passada pela sua avó e ela partilhou-a connosco. Nós somos descendentes dos primeiros angolanos, somos descendentes de William Tucker e os seus pais, Isabel e Antonio, chegaram em 1619. Esta é a história da nossa família. Os nossos ascendentes eram de Angola, portanto vir a Angola deu-nos uma nova perspectiva sobre a origem do tráfico de escravos. O poder de saber que eles foram duas pessoas entre milhões que não sobreviveram. Perdemos tantas pessoas, mas eles sobreviveram e nós queremos representar isso”, concluiu Wanda Tucker em declarações à Agência Lusa.
Os Tucker seriam os descendentes de António, que chegou à Virgínia em Agosto de 1619, no que é o actual território do estado norte-americano da Virgínia, a bordo de um navio português com outros 20 escravos de Angola, para trabalhar na plantação do capitão William Tucker.
Foi a historiadora e genealogista Thelma Williams, que através dos relatos da sua avó, que os tinha também ouvido da sua avó, foi partilhando as histórias com a família: “Nós somos descendentes da primeira criança africana negra – nessa altura não conhecíamos Angola – nascida nas colónias britânicas, nós somos descendentes de William Tucker. Os seus pais, Isabel e António, foram levados para lá em 1619”, assegurou Wanda Tucker.
Wanda Tucker é descendente de William Tucker, o primeiro afrodescendente documentado nascido no que são hoje os Estados Unidos. Deste antepassado pouco se sabe, a não ser a data de nascimento, em 1624, e que foi baptizado com o mesmo nome do capitão para quem os seus pais, libertados em 1635, trabalhavam.
Crónica 15-12-2021
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