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Angola/Saúde

Médicos angolanos em greve denunciam alteração de acordos sobre remuneração

Mais de três mil médicos angolanos observam desde esta segunda-feira uma greve nacional de cinco dias, depois do Ministério da Saúde suspender as negociações. Os profissionais da saúde reclamam um sistema remuneratório especial, pagamento de subsídios e melhores condições de trabalho. 

Médicos protestam em Viana, arredores de Luanda, a 6 de Dezembro de 2021.
Médicos protestam em Viana, arredores de Luanda, a 6 de Dezembro de 2021. © rfi/Francisco Paulo
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Apesar da abertura negocial do Ministério da Saúde, o Sindicato Nacional dos Médicos de Angola alegou que os profissionais da saúde decidiram ir para uma greve geral, para persuadir a entidade patronal a “abrir mãos” em relação às preocupações da classe.  

Adriano Manuel, o líder do Sindicato Nacional dos Médicos de Angola, diz que os profissionais da saúde exigem apenas bons salários e subsídios, como recompensa do trabalho que prestam, diariamente, ao sector.

Nós exigimos bons salários e bons subsídios. O subsidio de risco de um médico não consegue nem  sequer pagar uma micro sutura,  se eventualmente, o cirurgião se ferisse durante a cirurgia. Achamos que perdemos muito tempo, perdemos noites, tudo isso para ganharmos um salario irrisório, então, isso influenciou positivamente, digamos, para que optássemos pela greve”, especificou o também pediatra.

O pediatra explicou que, inicialmente, as negociações corriam bem, mas para o espanto da classe, todos os pontos acordados foram alterados pela tutela.

Na visão de Adriano Manuel o médico angolano tem um salário de miséria, uma vez que não chega para solucionar alguns problemas sociais.  

Adriano Manuel esclarece que, enquanto durar a greve, ficam apenas suspensas as actividades de enfermaria e consultas externas, afirmando que os serviços mínimos, nos bancos de urgência e cuidados intensivos ,vão estar à disposição dos utentes.

O sindicalista não descarta a suspensão total de todos os serviços hospitalares, se o Ministério da Saúde optar em fazer ouvido de mercador ou mesmo ignorar as inquietações dos grevistas já em discussão.

Somos a classe que mais trabalha neste país e auferimos um salário de miséria. Nós não chegamos a conclusão nenhuma porque, inicialmente, as negociações corriam bem, mas  parece-nos que eles obtiveram orientações para alterar, absolutamente, todos os pontos que já tinham sido acordados”, mencionou Adriano Manuel.

Adriano Manuel, pediatra do Hospital Pediátrico “David Bernardino” de Luanda, foi suspenso das suas funções há 18 meses pelo Ministério da Saúde (MINSA), por ter denunciado alegadas mortes nas unidades hospitalares.

Ouça aqui a correspondência de Francisco Paulo.

01:09

Correspondência Francisco Paulo 6 12 2021

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