Polícia reprime manifestação em Luanda contra gradualismo nas autárquicas
Angola prevê organizar as suas primeiras eleições autárquicas em 2020, dezenas de manifestantes exigiram esta quinta-feira que o processo seja global e não gradual como pretende o governo, alegando falta de condições, vários foram detidos.
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A manifestação denominada "Jovens pelas Autarquias" foi convocada por várias organizações cívicas angolanas entre as quais a Plataforma Cazenga em Acção - PLACA - e o Projecto Agir.
A concentração teve lugar na manhã desta quinta-feira (23/01) frente ao parlamento, no mesmo dia em que este organizava a sua primeira reunião plenária de 2020, com 12 pontos em agenda e nenhum no que diz respeito ao pacote legislativo sobre as eleições autárquicas, que ainda não está concluido.
Avelino Miguel, correspondente em Luanda
Váias dezenas de jovens foram detidos, frente ao parlamento e depois frente à esquadra onde eles foram presos, entre os quais o rapper e activista Luaty Beirão, Hitler Samussoco também do processo 15+2, mas também o coordenador do Projecto Agir Fernando Gomes e seu homólogo da PLACA Scotch Kambolo, bem como dois jornalistas da agência de notícias de Portugal Lusa, sob pretexto de que "não podiam reportar a mnifestação", todos foram entretanto libertados.
Os "Jovens pelas Autarquias" consideram que o processo autárquico tem sido tratado de "forma dilatória" no parlamento e interrogam-se se "nas eleições em 2017 o MPLA ganhou em 156 dos 164 municípios, porque tem medo ?".
Os partidos da oposição também exigem a realização de eleições em simultâneo em todo o país e consideram que se até Março o pacote eleitoral não for aprovado no parlamento, as eleições só terão lugar em 2021.
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