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Angola

Luanda: activistas apresentam 3ª queixa-crime contra violência policial

Um grupo de activistas foram vítimas de forte repressão policial no passado dia 15 de Outubro, quando tentavam marchar frente ao parlamento contra o desemprego e apresentaram esta quinta-feira uma queixa-crime por violência contra a polícia.

Carga policial contra manifestantes em Luanda 15/10/2019
Carga policial contra manifestantes em Luanda 15/10/2019 LUSA
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Na manhã da passada terça-feira (15/10) o Presidente João Lourenço proferiu no parlamento o tradicional discurso anual sobre o estado da Nação, pouco antes um grupo de cerca de 20 manifestantes, desfilou frente ao parlamento, para exigir o cumprimento da promessa eleitoral de João Lourenço em 2017 de criar 500.000 empregos, no primeiro ano do seu mandato.

A marcha convocada pelo Movimento Revolucionário "Primeira Geração", quevoluntariamente não tinha sido comunicada às autoridades, foi proibida na véspera pela polícia, alegando a interdição de manifestar antes das 19 horas nos dias úteis, bem como a de marchar a menos de 100 metros de distância dos orgãos de soberania.

07:50

Geraldo Dala, porta-voz da marcha contra o desemprego de 15/10/2019

Os organizadores da manifestação chegaram ao local pouco antes do discurso do Presidente e foram reprimidos por um forte dispositivo policial, o que resultou na detenção de 18 pessoas e vários feridos que foram hospitalizados, mas já tiveram alta.

Ao longo do dia 10 outros membros do Movimento Revolucionário foram detidos, mas os 28 detidos em três esquadras diferentes, foram libertados no próprio dia segundo a polícia, no entanto "três deles continuam inconctatáveis e em paradeiro incerto".

Tal é o que refere Geraldo Dala, o porta-voz da marcha do dia 15 de Outubro, que foi torturado, preso e hospitalizado sem a presença de um advogado e afirma que "a polícia agora está a tentar faer-se de vítima...a polícia é que foi agredida e nós é que fomos arruaceiros e agressores...a polícia inverte o processo contra nós, a dizer que vamos ser ouvidos a partir da próxima semana".

De recordar que a polícia abriu um inquérito interno para investigar se houve agressão por parte dos agentes, e garante que a confirmar-se estes serão responsabilizados.

Mas para Geraldo Dala "quem tem que ser responsabilizado, não são os agentes, são os homens que comandaram os agentes no terreno, e no caso, uma dessas pessoas é o próprio director das operações".

Para o próximo sábado (19/10) está a ser convocada nas redes sociais uma macha contra o aumento drástico dos preços da cesta básica.

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