Luanda: greve da limpeza suspensa
Trabalhadores de limpeza da capital angolana entraram em greve pela segunda vez este ano para exigir salários em atraso e melhores condições de trabalho. O protesto está, entretanto, suspenso depois de um acordo com o Governo Provincial.
Publicado a: Modificado a:
Os mais de 300 trabalhadores da Empresa de Limpeza e Saneamento
de Luanda (ELISAL) iniciaram, esta quinta-feira, uma greve por tempo indeterminado que entretanto foi suspensa depois da assinatura de um acordo com o Governo Provincial de Luanda (GPL).
O protesto, que é já o segundo este ano, visava exigir o pagamento de salários em atraso, melhores condições de trabalho e assistência médica, e levou, logo nas primeiras horas, o Governador de Luanda, Sérgio Rescova, a reunir de emergência com a comissão sindical dos trabalhadores e com a comissão de gestão da empresa.
No final do encontro, em entrevista à publicação angolana Novo Jornal, Ventura Luciano, secretário da comissão sindical da ELISAL, justificou a suspensão da greve: "foi produzido um memorando de entedimento que o responsável pela gestão da província de Luanda assinou e em que se compromete a pagar os salários de forma regular no dia 31 de cada mês".
No entanto, a ameaça de greve continua, já que o dirigente sindical ao mesmo jornal garantiu ainda que, caso o GPL não cumpra o acordado, os trabalhadores irão parar de novo e de forma mais prolongada.
Já face aos descontos em 60% a que estão sujeitos vários profissionais que se encontram doentes, o acordo estabelece que o ordenado será pago por inteiro a partir de agora.
É que a Comissão Sindical garante que grande parte das doenças de que sofrem os trabalhadores resultam da falta de condições de trabalho e de assistência médica, sendo que a cidade de Luanda enfrenta graves problemas de saneamento básico e de recolha de lixo que levam à propagação de diversas
endemias entre as quais a malária.
A ELISAL é uma empresa admnistrada pelo Governo da Província de Luanda que tem responsabilidades atribuídas para a manutenção do aterro sanitário, assistência técnica dos munícipes, bem como a operação de limpeza e recolhas de resíduos no município do Cazenga, nos arredores da capital angolana.
Avelino Miguel, Correspondente da RFI em Luanda
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro