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Angola

Angola : Operação "Transparência" contra garimpo ilegal

O coordenador da operação “Transparência”, Pedro Sebastião, Ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, diz que Angola está a tomar novo rumo e a reorganizar-se, e apelou as autoridades da República Democrática do Congo a "repatriar" cidadãos angolanos ilegais em seu território.  

Garimpo na Lunda Norte
Garimpo na Lunda Norte RFI
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Pelo menos 400 mil congoleses já deixaram “voluntáriamente o país”, desde o início da operação, a 25 de Setembro deste ano. Mas Pedro Sebastião afirma também que as tropas vão continuar a controlar as fronteiras, e que a operação vai continuar.

“Esta operação vai durar o tempo necessário no sentido de devolver a paz e tranquilidade das nossas populações e sobretudo ao Estado Angolano, fácilmente chegamos a conclusão que aqui neste território, Angola "parecia terra de ninguém" : Todo o mundo estava metido no garimpo, todos exploravam ilícitamente os diamantes, e era um paradoxo, não poderíamos ficar impávidos a tudo isso”.

A Lunda-Norte seria terreno fértil para a exploração ilícita de diamantes. Mas, desde o início da “Operação Transparência”, no dia 25 de Setembro, mais de 230 casas de compra e venda de diamantes e 90 cooperativas foram encerradas, e mais de 380 mil cidadãos da RDC abandonaram "livremente" o território angolano.

Até 20 de Outubro foram apreendidas 71 dragas, 47 lavarias, 14 jangadas, 59 armas de fogo, mais de um milhão de dólares americanos e cerca de 17 mil quilates de diamantes.

A operação permitiu, também, a apreensão de vários instrumentos utilizados no garimpo, como moto-bombas, detectores de diamantes, compressores de ar, máquinas de teste e balanças de diamantes, lupas, cofres, viaturas, de diversas marcas e capacidades, e equipamentos como retroescavadoras, pás cavadoras, niveladoras, cavadoras, bulldozers e tractores.

Porém, o garimpo ilegal continua, conforme constatou a RFI, que acompanhou os cercas de 30 jornalistas, entre nacionais e correspondentes da imprensa estrangeira, com a missão de reportar o processo de repatriamento voluntário dos estrangeiros ilegais.

No Lucapa, sobrevoámos as áreas de exploração diamantífera, uma das mais assoladas pelo garimpo nas últimas décadas.

A bordo de um helicóptero da Força Aérea, MI 8, por volta das 15h30, a baixa altitude captávamos grupos de garimpeiros que, em diferentes pontos, escavavam e lavavam o cascalho à procura de diamantes. Alguns ponham-se em fuga e outros controlavam o movimento do helicóptero, para se assegurarem de qual era o propósito das diferentes voltas.

Houve ainda, porém, alguns que se mostravam indiferentes à nossa presença, num claro sinal de que não estavam preocupados com os efeitos da “Operação Transparência”.

Os grupos de cidadãos que continuam a fazer o garimpo de diamantes construíram pequenas cabanas de papelão, sacos plásticos e chapas próximo das zonas de exploração que usam para dormir à noite e assim se abrigarem do frio e da chuva.

Estes locais, de difícil acesso, encontram- se no meio da mata e adjacentes aos rios, muitos dos quais com cursos desviados.

Em colaboração com Daniel Frederico, em Luanda.

Por outro lado Paolo Balladeli, coordenador da ONU para Angola, em declarações à agência Lusa, defendeu "esforços coordenados" entre Luanda e Kinshasa neste processo e apelou ao respeito dos direitos humanos.

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Paolo Balladeli, coordenador da ONU em Angola, em declarações à agência Lusa

Confira aqui algumas imagens aéreas das zonas de garimpo na Lunda Norte, da autoria de Daniel Frederico.

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