Encerra esta quarta-feira a XII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, de onde deverá sair a declaração de Santa Maria.Ontem, na sessão de abertura, os líderes dos nove Estados-membros proferiram a sua habitual mensagem solene.Michel Temer, presidente do Brasil, que aqui terminou a presidência rotativa do bloco, foi o primeiro a discursar. Temer falou numa comunidade que progride a “passo firme”.Depois, Cabo Verde foi proclamado presidente da XII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Jorge Carlos Fonseca, o anfitrião, chamou a cerne do seu discurso o objetivo da mobilidade no espaço lusófono.João Lourenço participa pela primeira vez numa cimeira da CPLP enquanto chefe de Estado. O presidente de Angola pede uma reflexão sobre o futuro do bloco e sublinha tensões recentes em alguns Estados-membros.De política interna não falou José Mário Vaz, o presidente da Guiné-Bissau reclamou uma CPLP útil ao desenvolvimento.Teodoro Obiang aproveitou para assegurar que está a cumprir as regras de adesão a CPLP, mas não falou de abolição da pena de morte na Guiné Equatorial.Filipe Nyusi defendeu a autodeterminação económica, o presidente do Moçambique lembra que para uma CPLP forte é necessário paz e democracia nos Estados-membros.Numa mesa de chefes de Estado e do Governo de homens, Marcelo Rebelo de Sousa pediu o reforço do papel da mulher e, sem mencionar países, o presidente português sublinhou que nesta comunidade há valores fundamentais que não podem ser suspensos.Evaristo de Carvalho, presidente de São Tomé e Príncipe, quer uma comunidade mais próxima dos cidadãos e aproveitou para a segurar aos seus pares a “calmaria política” que agora reina no seu país.De Timor-Leste foi o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dionísio Babu, a representar o presidente Francisco Guterres Du-Olo, impossibilitado de estar nesta cimeira devido à situação política no seu país. O chefe da diplomacia timorense pediu mais crédito e apoio a língua portuguesa.A XII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa termina hoje na ilha do Sal, Cabo Verde.
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O Haiti está a braços com uma profunda crise política e de segurança que já fez centenas de mortos. Nos últimos anos, e em particular desde Fevereiro passado, o território foi tomado de assalto por gangues que controlam quase todo o país, situação instável, que já levou mesmo à demissão do primeiro-ministro, Ariel Henry.02/05/202410:02 -
França: Os estudantes vão continuar a lutar pelos direitos dos palestinianos
À semelhança do que tem vindo a acontecer nas universidades norte-americanas, também os alunos franceses intensificam os protestos contra a operação militar israelita em curso na faixa de Gaza. Eduardo Cury, estudante brasileiro na Sciences Po Paris, participa neste movimento, aponta o dedo à postura do Ocidente, lembrando a “culpa” da não condenação ou do silêncio “em relação às atrocidades cometidas em Gaza”.01/05/202409:49 -
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Declarações de Marcelo "devem trazer para a agenda política situação dos afro-descendentes"
O Presidente português defendeu que Portugal “assume total responsabilidade” pelos erros do passado, e disse que esses crimes, incluindo massacres coloniais, tiveram “custos” e que há que pagá-los. "Este debate é muito fácil de se fazer, transferindo de alguma forma a questão para a realidade dos países no continente africano. Creio que se deve aproveitar esta oportunidade para trazer para a agenda política nacional a situação dos afro-descendentes", defende Yussef, activista pan-africanista.29/04/202409:32 -
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O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou que Portugal deve liderar o processo de assumir e reparar as consequências do período do colonialismo e sugeriu como exemplo o perdão de dívidas, cooperação e financiamento. "A história da reparação do período colonial é inadiável", acredita António Pinto Ribeiro, programador cultural e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.29/04/202409:41