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ANGOLA

Presidência angolana critica oposição e denuncia ingerência

A presidência angolana reiterou hoje no parlamento criticas contra os que buscam "atalhos para chegar ao poder". E isto numa referência indirecta às figuras contestatárias do regime, muitas delas agora detidas e ainda sem julgamento, acusadas, nomeadamente, de preparar atentados contra o chefe de Estado angolano.

Manuel Vicente, vice-presidente angolano.
Manuel Vicente, vice-presidente angolano. REUTERS/Hugo Correia
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Esta intervenção ocorreu em pleno discurso sobre o Estado da nação lido, de forma inédita, por Manuel Vicente, vice-presidente já que José Eduardo dos Santos sofreu uma "indisposição".

Segundo o texto do presidente angolano haveria "entidades estrangeiras interessadas em instalar o caos e a desordem em alguns países" africanos, pelo que ele apelara à manutenção da coesão nacional.

Uma intervenção que ocorre quando dois dos cerca de 17 detidos desde 20 de Junho estão a cumprir uma greve de fome.

Tratam-se de Luaty Beirão e Nélson Dibango. O primeiro dentre eles não se alimenta há 26 dias e está numa situação de grande fragilidade física. E isto em protesto contra a manutenção da sua detenção após expirado o prazo de prisão preventiva.

Estes detidos e os demais são tidos como suspeitos de prepararem um atentado contra o estadista angolano e foram detidos ao lerem uma obra sobre como derrubar ditaduras.

Um facto que foi denunciado pelo Parlamento europeu numa resolução do mês passado denunciando a situação de desrespeito pelos direitos humanos por Angola.

No plano político o presidente angolano alega ser útil preparar convenientemente eleições gerais em 2017. 

E isto enquanto se preparam os dispositivos que a prazo viriam a viabilizar eleições autárquicas, um escrutínio sempre adiado no país e que José Eduardo dos Santos no ano passado remetera para o horizonte das eleições gerais dentro de dois anos.

No que diz respeito à área económica, após a queda vertiginosa do preço do petróleo nos mercados internacionais, e o seu impacto no Orçamento angolano ao nível dos cortes na despesa pública o estadista angolano alega ser necessário "fazer mais e melhor com menos".

O discurso lido por Manuel Vicente na Assembleia nacional não deixará de provocar reacções no xadrez político nacional por serem raras as vezes em que o presidente angolano se dirige à nação para abordar os problemas com que esta se debate.

Angola que, segundo a presidência, seria dos Estados africanos mais respeitados a nível internacional " um parceiro preferencial para se promover a paz, a estabilidade e o desenvolvimento na região em que se insere".

O texto de José Eduardo dos Santos lembra a eleição do país como membro não permanente no Conselho de Segurança da ONU em 2015 e 2016, a presidência angolana da Conferência regional dos Grandes Lagos, e a liderança de Luanda no Comité consultivo permanente da ONU para a segurança na África central.

Confira aqui com Alberto de Jesus, em Luanda, alguns dos excertos do discurso sobre o estado da nação em Angola.

01:36

Correspondência de Luanda

 

 

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