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Rússia/Snowden

Sem asilo no Brasil, Snowden pede prorrogação de seu visto na Rússia

O ex-agente da CIA Edward Snowden, que revelou a existência de um programa mundial de monitoramento eletrônico pelos Estados Unidos, pediu a prorrogação de seu visto de estadia na Rússia, que expira no dia 31 de julho. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (8) pelo seu advogado russo, Anatoli Koutcherena.

Edward Snowden durante uma entrevista para NBC em 28 de maio de 2014.
Edward Snowden durante uma entrevista para NBC em 28 de maio de 2014. REUTERS/NBC News/Handout via Reuters
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Sem dar maiores detalhes sobre a situação de Snowden, o advogado disse já ter enviado os documentos necessários para a prorrogação de seu visto na Rússia. "Esperamos que o setor de imigração tome uma decisão favorável", declarou o advogado, que orienta o ex-agente da NSA desde sua chegada ao país, em junho do ano passado.

Snowden foi acusado de espionagem nos Estados Unidos depois de revelar a existência do PRISM, um dos programas de monitoramento eletrônico da NSA, a agência de segurança americana.

Os documentos mostram que a NSA, além de interceptar ligações, acessava diretamente a base de dados de empresas como Google, Facebook ou ainda Microsoft e Yahoo. Além de cidadãos comuns, chefes de estado como a presidente Dilma Rousseff e a chanceler Angela Merkel foram espionados.

Em 2013, Snowden ficou mais de um mês bloqueado na área de embarque do aeroporto de Moscou antes de receber asilo do governo russo. O especialista em informática pretendia viajar para a América Latina, mas não conseguiu embarcar. Em junho deste ano, o ex-agente da NSA disse ter enviado um pedido de asilo para o Brasil, onde vive Glenn Greenwald, o ex-jornalista do The Guardian que revelou o escandâlo com exclusividade.

O governo brasileiro, entretanto, não estaria disposto a receber Snowden e prejudicar as relações bilaterais com os Estados Unidos. No ano passado, em resposta às denúncias de espionagem, a presidente Dilma Rousseff chegou a cancelar uma visita oficial que faria aos Estados Unidos em outubro.

Em um discurso na Assembleia-Geral da ONU, ela também criticou o governo americano, dizendo que "tais práticas feriam a soberania dos países", e pediu uma regulação nas atividades de espionagem.

Senadores franceses levam proposta de governança da Internet para a União Europeia

A polêmica lançada pelo caso Snowden levou a uma série de ações da sociedade civil e da comunidade internacional visando a proteção da privacidade dos cidadãos na Internet.

Nesta quarta-feira, o Senado francês apresentou uma proposta de governança da Internet baseada nos princípios da declaração final da Conferência Netmundial, que aconteceu em abril em São Paulo. De acordo com a senadora Catherine Morin-Desailly, o objetivo é que a proposição seja adotada pela União Europeia, "que se encarregaria da implantação de medidas concretas."

Entre elas, a formalização de uma rede de organismos de governança e de um Conselho Mundial da Internet, que seria responsável pela fiscalização da ação dessas instituições.

Outro ponto considerado fundamental é uma reforma do Iccan, órgão mundial responsável por estabelecer regras do uso da Internet, que teria a supervisão da comunidade internacional. No relatório, os senadores também preconizam "o fim dos conflitos de interesses", que hoje envolvem as grandes empresas do setor.
 

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