Acordo garante participação política das Farc na Colômbia

Um acordo anunciado nesta quarta-feira entre a Colômbia e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) restaura a confiança no processo de paz. O governo colombiano e a guerrilha marxista chegaram a um consenso sobre a participação política do grupo rebelde, o segundo dos cinco pontos da agenda do diálogo da paz realizado em Havana, que busca colocar um ponto final a um conflito de meio século.

O governo colombiano e as Farc chegaram a um acordo nesta quarta-feira (6) que garantirá a participação do grupo rebelde na política. REUTERS/Desmond Boylan

O acordo já considerado histórico prevê garantias para o exercício da oposição, medidas para aumentar a participação dos rebeldes no processo político e uma reforma do sistema eleitoral colombiano. Em troca, as Farc devem abandonar as armas, próximo ponto das negociações que devem também abordar o tráfico de drogas e a indenização às vítimas.

O acordo sobre a reforma agrária foi o primeiro alcançado entre o governo de Juan Manuel Santos e as Farc, em maio. O problema da distribuição das terras está na origem da criação da guerrilha marxista, em 1964. 

Santos disse que não haverá pausa nas negociações, conforme especulava a imprensa, devido às eleições presidenciais de maio próximo, nas quais Santos tentará um segundo mandato de quatro anos.

"Seria irresponsável romper ou fazer uma pausa no momento em que estamos obtendo progressos reais", disse o presidente colombiano em mensagem à Nação. "Seria realmente irresponsável sacrificar a maior oportunidade de paz que este país já obteve por cálculos políticos ou questão de tempo", acrescentou o presidente. "Estamos obtendo resultados, acordos concretos, e este progresso nos permite manter a esperança de que vamos chegar a um porto seguro, o porto da paz", completou.

No dia 19 de novembro fará um ano que o governo de Santos e as Farc iniciaram o diálogo na capital cubana.