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Colômbia/Manifestações

Protestos de camponeses deixam dezenas de feridos na Colômbia

Dezenas de pessoas, entre policiais e manifestantes, ficaram feridas nessa quinta-feira na Colômbia, nos protestos organizados nas principais cidades do país em apoio às reivindicações dos trabalhadores rurais que há 11 dias iniciaram um movimento social exigindo mais atenção do governo ao setor.

Manifestante atira uma pedra contra Tropa de Choque colombiana em Bogotá
Manifestante atira uma pedra contra Tropa de Choque colombiana em Bogotá REUTERS/Albeiro Lopera
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Em Bogotá, os confrontos deixaram 147 feridos - 37 deles, policiais. Mais de 25 pessoas foram hospitalizadas e 40, presas. O Ministério da Defesa acusou as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) pela pancadaria e indicou que vai reforçar a segurança em várias cidades. O ministro do Interior disse que os agressores encapuzados vistos nas ruas são vândalos e não camponeses.

Fazem parte do movimento trabalhores, estudantes, professores e profissionais de saúde, além de cerca de 50 mil caminhoneiros que se juntaram ao grupo para exigir uma redução nos preços de combustíveis. Milhares de mineiros também partiram às ruas em vários pontos do país para pedir a regularização de suas atividades.

Em Medellín, segunda maior cidade do país, os protestos também terminaram em conflito entre manifestantes e forças de ordem, que prenderam jornalistas. No total, foram 48 manifestações por toda a Colômbia, com 72 barreiras que travaram a circulação nas principais rodovias de oito regiões do país, informou o ministério do Interior.

O presidente Juan Manuel Santos, que até quinta se limitava a tentar negociar - sem sucesso - com as organizações de cada região, reconheceu oficialmente que o setor agrícola está "em crise" e formulou uma série de propostas em um pronunciamento em rede nacional. "Os camponeses têm queixas e argumentos válidos", reconheceu no 11° dia de protestos. "Nós colocamos sobre a mesa uma série de soluções a curto prazo", acrescentou, citando medidas para controlar o preço de fertilizantes e insumos agrícolas, além de diminuir a entrada de produtos contrabandeados.

Os protestos e bloqueios rodoviários do campesinato colombiano começaram no dia 19 de agosto, exigindo um preço tabelado para determinados produtos, além da redução no custo dos insumos. Pequenos agricultores também pedem demarcações que garantam o acesso à terra, além de melhores serviços públicos em zonas rurais e uma política que beneficie as pequenas produções. O movimento também denuncia os Tratados de Livre Comércio assinados pela Colômbia que, a seus olhos, abrem caminho para um dumping sobre os produtos importados e bloqueiam subsídios aos setores produtivos nacionais.

Desde o início dos protestos, confrontos esporádicos entre camponeses e forças de ordem já causaram duas mortes (um policial e um manifestante) e deixaram cerca de 350 feridos.

 

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