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Argentina/ acidente

Empresa nega problemas nos freios de trem acidentado

A empresa Trens de Buenos Aires (TBA) rechaçou hoje as suspeitas de que os freios de um de seus trens não teriam funcionado, no que poderia ser a causa do trágico acidente ferroviário ocorrido na periferia da capital argentina, na última quarta-feira. A companhia opera a linha Sarmiento, onde um vagão chocou-se contra um muro de proteção na semana passada, provocando 51 mortes.

Tragédia na Argentina deixou 51 mortos.
Tragédia na Argentina deixou 51 mortos. REUTERS/Marcos Brindicci
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A afirmação foi feita pelo maquinista do trem, Marcos Córdoba: ele disse ter tentado parar o veículo, mas os freios não teriam respondido ao comando. “O trem cumpriu o seu trajeto sem que se indicasse ou comunicasse anomalias, até o impacto na estação Once”, declarou a TBA em um comunicado.

O veículo levava 2 mil passageiros a bordo se chocou contra um muro de proteção do terminal da linha. Com a força do impacto, um vagão acabou entrando do outro, naquela que é uma das mais graves tragédias ferroviárias da história do país.

O balanço de mortos aumentou ontem depois que mais um corpo foi localizado em um dos vagões, três dias após o acidente. No total, 703 passageiros ficaram feridos. A descoberta da 51ª vítima fatal revoltou os argentinos, que fizeram protestos contra a Trens de Buenos Aires neste sábado.

O maquinista do trem, de 28 anos, está em liberdade e afirma ter tentado alertar as autoridades sobre falhas nos freios. Porém, em um diálogo entre ele e o controlador da via, revelado hoje na imprensa, Córdoba não menciona qualquer problema na viagem.

“As comunicações entre o posto de comando do trem e o posto de controle não contêm novidade alguma”, disse a TBA, assinalando que “a leitura das desacelerações e freadas no trem nas estações anteriores [à Once] atestam normalidade”.

Desde 2008, a Auditoria Geral da Nação da Argentina vem alertando sobre o péssimo estado de conservação dos trens do país, inclusive os sistemas de freios ultrapassados dos veículos. Deputados, sindicatos o Ministério Público do país pedem o fim imediato da concessão da Trens de Buenos Aires.

A presidente argentina, Cristina Kirchner, ainda não se pronunciou sobre a tragédia e passou o final de semana em sua casa de na cidade de El Calafate, na Patagônia. Ela tem uma atividade pública marcada para esta segunda-feira, em Rosário.
 

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