Manifestações, barricadas e violência agitam o Benim
Centenas de manifestantes, inclusive táxis-mota, voltaram às ruas de Cotonou, a capital económica, esta quinta-feira, levantando barricadas.
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O objectivo é fazer frente ao exército, estacionado na cidade, e em torno da casa do antigo presidente Boni Yayi, depois de ter sido anunciada uma taxa de abstenção de 80 por cento nas legislativas do último domingo.
O exército lançou vários tiros para o ar na tentativa de dispersar os manifestantes que fizeram arder pneus, e surgiram armados de pedras e de garrafas de gasolina aparentando cocktails Molotov artesanais.
Uma pessoa morreu e duas outras estão gravemente feridas, tendo uma sido atingida por balas.
O clima é de tensão após as legislativas do último domingo, boicotadas pela oposição que foi excluída da corrida eleitoral.
Temendo a prisão do ex-presidente, Boni Yayi, que apelou ao boicote das eleições, apoiantes de Yayi montaram também barricadas em todos os pontos de acesso à residência do ex-chefe de Estado, que tinha apelado ao boicote eleitoral.
O ministro do interior desmente qualquer tentativa de prender o ex-presidente do Benim, garantido que as forças da ordem tentam apenas evitar concentrações não autorizadas.
A violência atingiu, entretanto, o norte do país, onde uma das principais fábricas de algodão foi incendiada.
Recorde-se que a indústria de algodão é o sector onde o atual presidente do Benim fez fortuna no passado.
A oposição acusa o Presidente Patrice Talon duma deriva autoritária, num país que era considerado um modelo de democracia na África Ocidental.
Os ex-presidentes, Yayi e Soglo, falam dum “golpe de estado eleitoral".
A Amnistia Internacional e várias organizações locais e da sociedade civil denunciam a existência dum “nível de repressão alarmante” no Benim.
A união Europeia manifestou já o seu embaraço face à situação.
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