Congoleses elegem sucessor de Kabila
Atrasos, incidentes, protestos e instalações de urnas de voto em locais proibidos marcam a votação deste domingo na República Democrática do Congo (RDC). Os congoleses escolhem o sucessor do Presidente Kabila.
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Martin Fayulu Madidi, da coligação LAMUKA na oposição, candidato favorito, Félix Tshissekedi, também da oposição, e Emmanuel Ramazani Shadary, delfim do presidente cessante Joseph Kabila, no poder desde 2001, são os principais candidatos num total de 21.
Adiadas três vezes, as eleições gerais, presidenciais e locais na RDC não se realizaram, contudo, em três regiões consideradas cruciais para a oposição: Beni e Butembo, ambas no norte do país, e Kivu e Yumbi, na zona leste.
O adiamento impediu que 1 milhão de pessoas exerçam o direito de voto.
As autoridades avançaram razões de segurança e sanitárias para justificar os adiamentos.
No entanto, a oposição contesta, dizendo que se trata duma manipulação governamental.
Estas três regiões irão a votos apenas em março. No entanto, estes votos são considerados tecnicamente inválidos pelos analistas porque o futuro presidente tomará posse já em janeiro.
o Presidente Kabila votou de manhã na mesma assembleia de voto do seu delfim e ex-ministro do interior, o candidato Emmanuel Ramazani Shadary. Na ocasião, Kabila cruzou-se com o porta-voz e secretário-geral da conferência episcopal.
O Papa Francisco rezou, esta manhã, pelas eleições na RDC, apelando a um funcionamento regular e pacífico.
Também o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que as eleições da RDC decorram num ambiente livre de violência, aproveitando a oportunidade histórica.
Os três principais candidatos à presidência congolesa
Emmanuel Ramazani Shadary
É o candidato do poder e delfim do actual presidente Joseph Kabila, impedido de se recandidatar pela constituição.
Tem 58 anos, e foi designado candidato, em agosto passado, por Kabila, o que causou alguma surpresa.
Emmanuel Ramazani Shadary é o actual ministro do interior da RDC, e a sua designação como candidato presidencial surge apenas meses após ter sido nomeado n°2 do Partido do Povo para a Reconstrução e a Democracia.
Martin Fayulu
É o candidato favorito e o novo homem da oposição, sendo também uma figura surpresa.
Não sendo uma personalidade muito conhecida no seio da oposição, este ex-presidente do conselho de administração da Exxon Mobil, de 62 anos, é apoiado por Jean-Pierre Bemba e Moise Katumbi, tendo conseguido mobilizar as pessoas durante a campanha eleitoral.
Félix Tshisekedi
É a terceiro candidato desta eleição presidencial.
Tem 55 anos e é apoiado por outro peso pesado da política, Vital Kamerhe.
Fizeram campanha juntos e estabeleceram um acordo eleitoral. No caso de Tshisekedi ser eleito, nomeará Kamerhe primeiro-ministro e compromete-se a apoiar um candidato do seu partido, a União para a Nação Congolesa, nas presidenciais de 2023.
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