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Ambiente

Humanidade já consumiu quota anual de recursos naturais

A 1 de Agosto, a humanidade já consumiu os recursos naturais disponíveis para o ano inteiro. Francisco Ferreira, da associação Zero, alerta para a urgência em mudar comportamentos à escala global, nacional, municipal, mas também a nível individual.

Ambientalista a cortar uma laranja pintada como o planeta Terra para simbolizar o dia em que a humanidade usou mais recursos naturais do que aqueles que o planeta consegue renovar por ano. Berlim. 1 de Agosto de 2018.
Ambientalista a cortar uma laranja pintada como o planeta Terra para simbolizar o dia em que a humanidade usou mais recursos naturais do que aqueles que o planeta consegue renovar por ano. Berlim. 1 de Agosto de 2018. Tobias SCHWARZ / AFP
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1 de Agosto de 2018 é o dia em que a humanidade usou os recursos naturais disponíveis para o ano inteiro, de acordo com a Global Footprint Network. Basicamente, esta é a data em que a pressão anual da humanidade sobre a natureza excedeu o que os ecossistemas da Terra podem fornecer.

No fundo, é o dia em que nós ultrapassamos o uso dos recursos renováveis do planeta. É como se nós tivéssemos o nosso salário e ele já não chegasse e nós tivéssemos que ir aos depósitos a prazo, às nossas reservas para começar a pagar despesas. É isso que está a acontecer com o nosso planeta”, explicou Francisco Ferreira, da associação ambientalista Zero.

Ou seja, com apenas 8 meses decorridos em 2018, já usámos o orçamento da natureza para todo o ano, passando agora a viver a crédito.

Francisco Ferreira alertou que em 1970 se chegou ao fim do ano com recursos disponíveis, em 1997, só se conseguiu chegar a Setembro, no ano passado os recursos foram esgotados a 2 de Agosto e este ano a 1 de Agosto.

O presidente da Zero explicou que o planeta “tem cada vez mais gente e não está a saber gerir estes recursos de forma eficiente”.

“Utilizamos muitos materiais, muita energia. Nós verdadeiramente estamos a utilizar 1,7 planetas. Nós só temos um. O resto está a vir das reservas, dos peixes que temos estado a pescar e que devíamos deixar crescer mais, da floresta que nós devíamos parar de cortar, dos combustíveis fósseis que nós estamos a utilizar”, descreveu.

O também professor na área de ambiente na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa acrescentou que se a humanidade não reduzir globalmente o consumo de recursos, a tendência será de atingir “cada vez mais cedo” o dia de esgotamento dos recursos do planeta.

“É preciso um comportamento diferente dos políticos à escala global, nacional, municipal, mas também uma mudança de comportamento de cada um de nós”, alertou.

As possíveis soluções individuais passam por “investir na economia circular”, por exemplo, “comprar bens com a menor embalagem possível” nos supermercados, investir nas energias renováveis e apostar na mobilidade mais sustentável, ou seja, partilhar o carro, usar transportes públicos, andar a pé e de bicicleta.

05:52

Francisco Ferreira, Associação Zero

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