Primeiro-ministro etíope apresenta demissão
O primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, apresentou a sua demissão. O pedido de demissão surge após vários meses de protestos.
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O primeiro-ministro da Etiópia apresentou esta quinta-feira no parlamento uma "carta de demissão", um dia depois de uma das maiores manifestações contra o governo em 25 anos.
Hailemariam Desalegn renunciou do seu cargo de primeiro-ministro, bem como do seu posto de Presidente do partido governante, a Frente Democrática Revolucionária Etíope (EPRDF).
O primeiro-ministro demissionário, de 53 anos, afirmou contudo continuar em funções até à conclusão do processo de transição, ao mesmo tempo que deixará também funções de deputado da EPRDF.
Hailemariam Desalegn sucedeu a Meles Zenawi em Agosto de 2012 como chefe do executivo do país, quando este morreu após ter estado à frente do país durante 12 anos.
A Etiópia tem sido assolada nos últimos meses por protestos iniciados nas regiões de Oromia e Amhara, onde vivem os principais grupos étnicos do país. As manifestações espalharam-se depois ao resto do país, obrigando à imposição do Estado de Emergência.
Protestos e manifestações para exigirem maiores liberdades, iniciativas reprimidas pelas forças de segurança e que causaram a morte a dezenas de etíopes e a detenção de milhares de outros.
Nas últimas semanas, o governo da Etiópia, país que tem uma das economias que mais rapidamente crescem em África, decidiu libertar cerca de 6.500 detidos, entre dirigentes da oposição, jornalistas e destacados académicos e intelectuais.
Manuel João Ramos, do Centro de Estudos Africanos no ISCTE, especialista do Corno de África, admitiu que nem a vaga de libertação de detidos ajudou o Primeiro-ministro a apaziguar a situação.
Manuel João Ramos, do Centro de Estudos Africanos no ISCTE
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