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RDC

RDC : pelo menos 8 mortos em manifestações para exigir retirada de Kabila

Pelo menos oito pessoas foram mortas ontem e mais de uma centena detidas pelas forças de segurança, que reprimiram manifestações proíbidas para exigir que o presidente Joseph Kabila no poder desde 2001, declare publicamente que não se candidatará a um terceiro mandato.

Fiéis católicos desfilaram nas ruas de Kinshasa a 31 de Dezembro 2017.
Fiéis católicos desfilaram nas ruas de Kinshasa a 31 de Dezembro 2017. AFP/John WESSELS
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Segundo o Acordo de São Silvestre concluído a 31 de Dezembro de 2016, no dia em que terminou o segundo mandato do Presidente Laurent Kabila as eleições presidenciais deveriam ocorrer até Dezembro de 2017.

A 26 de Janeiro de 2001, dez dias após após o assassínio do seu pai Laurent Désiré Kabila, ele foi designado para o substituir.

A sua primeira disputa para a presidência ocorreu em 2006 e Joseph Kabila foi eleito na segunda volta face a Jean Pierre Bemba, já em 2011 foi reeleito para um segundo e derradeiro mandato face a Etienne Tshisekedi que contestou os resultados e se auto-proclamou Presidente.

Entretanto em Novembro passado, a Comissão Eleitoral alegando dificuldades no recenseamento, designadamente na região do Kasai, uma das mais populosas do país, marcou as eleições para 23 de Dezembro de 2018.

Oposição política, sociedade civil e igrejas temem que seja mais uma manobra para alterar a Constituição e permitir que Joseph Kabila se mantenha no poder.

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Repressao policial causou pelo menos 8 mortos na RDC

A Conferência dos Bispos que apadrinhou o Acordo de Paz em 2016, não apelou directamente à manifestação de ontem (31/12), convocada pela sociedade civil, mais de 150 igrejas e oposição política, mas vários padres desempenharam um papel fulcral na mobilização de milhares de pessoas um pouco por todo o país, onde 40% da população é católica.

O objectivo era exigir que o Presidente Joseph Kabila declare publicamente que não será candidato pela terceira vez, bem como a implementação de todas as medidas previstas no Acordo de São Silvestre, incluindo a libertação de todos os presos políticos, o regresso sem punição de todos os opositores no exílio ameaçados de prisão, liberdade de imprensa e de manifestação.

O secretário-geral da ONU António Guterres que jà tinha alertado para o facto de a RDC poder desaparecer enquanto Estado-Nação, voltou a apelar ontem para o respeito pelo Acordo de 2016 e pediu contenção ao governo e forças da ordem e respeito pelo direito à liberdade de expressão e de manifestação dos congoleses.

Jà em Outubro a ONU tinha alertado para a possibilidade de uma nova guerra civil na RDC à semelhança da que decorreu entre 1996 e 2002, que causou a morte de mais de cinco milhões de pessoas, que ficou conhecida como "a primeira guerra mundial africana" devido ao número de exércitos que nela se envolveram.

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