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Quénia

Quénia: anulação da eleição presidencial

 O Supremo Tribunal do Quénia anulou esta sexta-feira das eleições presidenciais de 8 de Agosto e exige uma nova eleição, Presidente Uhuru Kenyatta discorda mas respeita, o líder da oposição Raila Odinga saúda uma decisão histórica.

Fotomontagem do Presidente cessante Uhuru Kenyatta (esq) e do líder da oposição Raila Odinga.
Fotomontagem do Presidente cessante Uhuru Kenyatta (esq) e do líder da oposição Raila Odinga. TONY KARUMBA, SIMON MAINA / AFP
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O Supremo Tribunal do Quénia anulou a eleição presidencial de 8 de Agosto que atribuiu a vitória ao Presidente cessante Uhuru Kenyatta por 54,27% de votos e ordenou a marcação de um novo escrutínio num prazo de 60 dias.

Quatro juízes de um painel de seis deliberaram que a eleição decorreu fora dos marcos da Constituição e que os resultados devem ser considerados "inválidos e nulos".

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Uhuru Kenyatta, Presidente cessante

Uhuru Kenyatta com 55 anos e cuja tomada de posse para um novo mandato de 5 anos estava agendada para 12 de Setembro, afirmou "discordo da decisão tomada hoje [pelo Supremo Tribunal] mas respeito-a...seis pessoas decidiram ir contra a vontade do povo...estamos prontos para voltar a submeter-nos ao povo, com o mesmo programa, sem mudanças, um programa para unificar o país...não estamos em guerra contra os irmãos e irmãs do vosso campo, porque somos todos quenianos".

O líder da oposição Raila Odinga com 72 anos e que lidera a coligação NASA - Super Aliança Nacional, contestou os resultados da eleição de 8 de Agosto, designadamente a contagem electrónica dos votos, que lhe atribuiram a derrota com 44,74% de votos.

Raila Odinga saudou a anulação da eleição "pela primeira vez na história da

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Raila Odinga, líder da oposição

democratização africana, uma decisão do Supremo Tribunal dá conta de uma eleição fraudulenta de um Presidente...nós não confiamos na Comissão de Eleições na sua composição actual, eles cometeram actos criminosos, a maioria dentre eles deveriam estar presos".

O Conselho de Paz e Segurança da União Africana pediu ao povo queniano que respeite a decisão do Supremo Tribunal eapelou a todos actores políticos e partes em causa que se abstenham de fazer declarações irresponsáveis ou de incorrer em acções de incitação à violência.

A ONG Human Rights Watch considerou que o escrutínio foi marcado por graves violações de direitos humanos, incluindo assassínios e espancamentos pela polícia durante manifestações e rusgas.

Após o anúncio da vitória de Uhuru Kenyatta registaram-se manifestações e tumultos nos subúrbios de Nairobi, que causaram oficialmente a morte de 21 pessoas, entre as quais um bébé e uma criança de 9 anos.

Paira o espectro da violência pós-eleitoral em 2007-2008 que ditou a eleição de Uhuru Kenyatta contra o seu rival Raila Odinga, que causou mais de 1.100 mortos.

Já em 2013 Raila Odinga (que concorre pela quarta vez), tinha recorrido ao Supremo Tribunal para contestar a reeleição de Uhuru Kenyatta, mas acabou por admitir a sua derrota.

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