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Direito/Mali

Reféns de Arlit estão ligados ao assassínio de repórteres de RFI?

Uma reportagem do canal televisivo France 2 deixava no ar a possibilidade de que a falta de cumprimento do pagamento do resgate dos reféns da empresa Areva de Arlit, soltos no Níger em 2013, estivesse ligada ao rapto e assassínio logo depois no Mali de dois repórteres desta estação emissora: Ghislaine Dupont e Claude Verlon. Mohamed Akotey negociador nigerino para a libertação dos ex reféns descarta qualquer ligação entre os dois casos e explica porquê (entrevista de David Bachet, dobragem L. Silva).

Gishlaine Dupont e Claude Verlon repórteres de RFI assassinados em 2 de Novembro de 2013 no norte do Mali.
Gishlaine Dupont e Claude Verlon repórteres de RFI assassinados em 2 de Novembro de 2013 no norte do Mali.
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Os repórteres Ghislaine Dupont e Claude Verlon foram assassinados em 2 de Novembro de 2013, após terem realizado uma reportagem no norte do Mali, numa zona em que operavam grupos jiadistas em rebelião contra as autoridades centrais de Bamako.

Na época, o governo de Paris negociava a libertação de cinco franceses, um malgache e um togolês raptados em 16 de Setembro de 2010 pela rede Al-Qaeda no Magrebe Islâmico, numa mina de urânia explorada pela firma francesa Areva, em Arlit ,no Níger.

Segundo Mohamed Akotey , negociador da libertação dos citados reféns com o apoio das autoridades do Níger, que fez declarações à RFI, não existe nenhuma ligação entre o assassínio dos dois jornalistas e os reféns de Arlit. Akotey afirma ter negociado a libertação dos franceses à pedido do Presidente do Níger, Mahamadou Issoufou.

Ele realçou que Pierre-Antoine Lorenzi, ex-agente da DGSE(contra-espionagem francês) tinha sido mandatado pelo ministro da Defesa francês Jean-Yves Le Drian, para negociar igualmente a libertação dos reféns de Arlit, contra a vontade do Director-geral da DGSE.

Numa carta endereçada no dia 29 de Janeiro ao Presidente François Hollande e ao ministro da Defesa Jean-Yves Le Drian, a mãe de Ghislaine Dupont, Marie Solange Poinsot, Denise Verlon, mãe de Claude Verlon, bem como Daniéle Gonod, presidente da associação ''Les Amis de Ghislaine Dupont et Claude Verlon (Os Amigos de Gishlaine Dupont e Claude Verlon), pediram explicações e uma audiência ao Chefe de Estado francês sobre as alegadas ligações entre a libertação dos reféns de Arlit e o assassínio de Dupont e Verlon, veiculadas por uma reportagem da emissão Envoyé Spécial( Enviado Especial) do canal de televisão público, France2.

 Mohamed Akotey,na sua entrevista com a RFI reiterou que não existe nenhum laço e que o que aconteceu à Ghislaine Dupont e à Claude Verlon, foi um rapto oportunista por indivíduos sem preparação.

 

01:10

Declarações de Mohamed Akotey à RFI

"Penso antes que a imprensa martelou exageradamente o assunto no tocante às gigantescas somas do resgate. Claro que isso, deu ideias à algumas pessoas. Eles encontraram o que estava ao seu alcance, mas infelizmente tudo se passou mal. A Aqmi quando quer raptar envia os seus membros especializados . Os jiadistas nunca envia novatos na matéria. Para mim foi antes um rapto oportuno, que acabou mal. Tratava-se de indivíduos que esperavam por uma oportunidade e aproveitaram a ocasião. Eu penso que se fossem profissionais, habituados a raptar pessoas ... Pela ocasião eles raptaram uma mulher. Que eu saiba até há pouco tempo os jiadistas não raptavam mulheres. Eles não as executavam , preferiam libertá-las imediatamente.  Quando me disseram que Gishlaine tinha sido assassinada, interroguei-me imediatamete. Disse para comigo, só pode ser alguém que não sabe efectuar um rapto ou que tenha talvez entrado em pânico ,com medo de ser reconhecido. Isso não sei, mas em todo caso não é um rapto levado à cabo por jiadistas". (Mohamed Akotey)

 

 

   

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