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Política/RD CONGO

RDC: fim de mandato de Kabila e persistência de tensão política

Esta terça-feira dia 20 de Dezembro que assinala o fim do mandato presidencial de Joseph Kabila, foi marcado por algumas manifestações de jovens nas ruas de Kinshasa e Lubumbashi. Pneus foram queimados e ouviram-se gritos de "traição", "provocação" e "confronto" em protesto contra a decisão de Kabila de permanecer no poder até Abril de 2018.

Joseph Kabila,Presidente da  República Democrática do Congo
Joseph Kabila,Presidente da República Democrática do Congo REUTERS/Tiksa Negeri/File Photo
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 Com em pano de fundo a formação de um novo governo , a tensão política persiste na República Democrática do Congo, onde terminou o mandato do Presidente Joseph Kabila. Actualmente com 45 anos e no poder desde 2001, Kabila, de acordo com a Constituição do seu país , não pode candidatar-se à um terceiro mandato presidencial. Um recente decreto do Tribunal Constitucional da RDC autorizou Joseph Kabila a permanecer na presidência até a eleição do seu sucessor.A justificação dada pelo decreto, é que as dificuldades financeiras da República Democrática impedem a organização imediata de eleições. A oposição e sectores da população contestam a medida do referido tribunal. Na terça-feira, alguns jovens, descontentes com a permanência de Kabila no poder, bloquearam ruas e queimaram pneus em Kinshasa e Lubumbashi. Várias dezenas de patrulhas militares circulam em Kinshasa e forças policiais, bem como paramilitares vigiam as ruas de outras cidades da RDC. A maioria da população congolesa fechou-se nas suas casas.

 A Missão da ONU na RDC, exprimiu a sua profunda inquietação, face à vaga de prisões e detenções no decurso dos últimos três dias em todas as províncias do país. Em Paris, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em nome da França, manifestou a sua preocupação perante a vaga de violência e apelou para que as autoridades congolesas actuem no respeito dos direitos humanos . A França afirmou que a gravidade da situação exige uma reavaliação das relações entre a União Europeia e a RDC.

 Segundo a Monusco, "a maioria" das prisões identificadas pelas Nações Unidas foram efectuadas pela Polícia Nacional Congolesa(PNC), a Agência Nacional de Informação(ANR), assim como pela Guarda Republicana.As autoridades congolesas efectuaram prisões em Goma, Kinshasa e Bukavu. A principal coligação da oposição chefiada por Etienne Tshisekedi, rejeitou uma proposta de Joseph Kabila, para a criação de pastas ministeriais suplementares,destinadas à membros da oposição.

Os diplomatas em função em Kinshasa receiam que a RDC volte a mergulhar num guerra civil , idêntica a que afectou o país africano entre 1996 e 2003 provocando a morte de milhões de congoleses.Segundo observadores, as difilculdades económicas do país e a forte desvalorização da moeda nacional(o franco congolês perdeu 30% do seu valor) são as principais causas do descontentamento da população.

O ex-Zaire, actualmente República Democrática do Congo, nunca teve uma transição política pacífica desde a sua independência em 1960.

                                        

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