Quenianos desafiam chuva e frio para ouvir Papa Francisco

Centenas de milhares de católicos quenianos desafiaram a chuva e o frio em Nairobi, no Quénia, para ouvir as palavras do Papa Francisco, naquela que é a primeira visita do sumo pontífice ao continente africano. Esta é a primeira etapa de uma viagem que o vai levar ao Uganda e à República Centro Africana.

Quenianos desafiam chuva e frio para ouvir Papa Francisco REUTERS/Thomas Mukoya

Desde as primeiras horas da manha desta quinta-feira que centenas de milhares de quenianos se concentraram no campus da Universidade de Nairobi, em pleno coração da capital, para assistir à missa do Papa Francisco. Uma celebração festiva, cheia de cores e ao ritmo de danças e gritos de alegria. Na missa que durou cerca de duas horas, o chefe da igreja católica apelou à conservação dos valores tradicionais de respeito e solidariedade, lembrando igualmente a importância da família e dos jovens.

Radicalização dos jovens

O Papa Francisco condenou a radicalização dos jovens que se "tornaram extremistas" para cometer "ataques bárbaros" injustificáveis aos olhos de Deus e pediu aos muçulmanos, protestantes e católicos para resistirem unidos. O sumo pontífice pediu clemência para os actos discriminatórios para com as mulheres, num país onde perdura a tradição do casamento forçado e mutilação genital.

Papa encontra-se com líder muçulmano

Antes da missa, o Papa Francisco encontrou-se com outros responsáveis da igreja católica e responsáveis muçulmanos. Diante do presidente do Conselho Supremo Nacional Muçulmano, o chefe da igreja católica não hesitou em condenar os ataques perpetrados no país pelo grupo islamita somali dos shebabes.

O país tem ainda na memória os ataques contra o centro comercial em Nairobi em 2013 e que fizeram mais de 60 mortos e no ano passado à Universidade de Garissa onde cerca de 150 estudantes foram massacrados, na maioria cristãos.

Esta é a primeira etapa de uma viagem que o vai levar ao Uganda e à República Centro Africana